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O Site do InEAC reproduz aqui o artigo intitulado SÍNDROME DO CABRITO, publicado pelo Jornal do Brasil no domingo, dia 25 de março de 2018, escrito pela antropóloga e cientista política Jacqueline Muniz, pesquisadora vinculada ao INCT-INEAC
SÍNDROME DO CABRITO
Jacqueline Muniz
DSP/INEAC- UFF
Caderno cidade, 25/03/2018 – jornal do Brasil
O Rio de Janeiro experimenta taxas elevadas de vitimização em serviço e em folga de policiais militares, desde o final dos anos de 1990, quando realizamos a primeira pesquisa no Brasil sobre este tema. Desde então observa-se um padrão que pouco se alterou: a variação das mortes e lesões de PMs associa-se ao vai e volta da “política do confronto”. Esta substitui, intencionalmente, o planejamento e a gestão de polícia, que possibilita superioridade de métodos e meios policiais diante do crime armado, pela lógica do enfrentamento pessoal e instintivo que pressiona o policial a “fazer qualquer coisa”, mesmo reconhecendo que está em desvantagem tática, e que não possui os requisitos básicos de segurança ocupacional durante sua atuação. Esta lógica perversa da guerra contra o crime, vai transformando o soldado profissional PM, que deve tomar decisões de agir ou não agir segundo seus juízos estratégico e tático, em um guerreiro amador e solitário, abandonado por sua corporação e esquecido por sua sociedade, cuja vida, já despedaçada pelos traumas dos combates diários, passa a ter algum valor, paradoxalmente, com a própria morte. Por isso, muitos policiais, cansados de não ter direitos a condições dignas de trabalho, acabam sendo convencidos pelos senhores da guerra, de que morrer numa guerra falsa e estúpida pode deixar a sua família numa condição financeira melhor e liberta-los de ter que fechar forçosamente os olhos para as negociatas com o crime ao seu lado, de atender a favores ao redor e das dívidas acumuladas para garantir o sustento familiar. A convivência, a conveniência e a conivência de setores governamentais com os governos autônomos criminosos, em especial as milícias, tem transformado os policiais em moeda de troca, em mercadoria política para acerto de contas, negociada nos balcões da economia criminosa no Rio de Janeiro. Estão transformando os policiais em zumbis do policiamento, mortos-vivos que já ingressam na carreira com a carteira de polícia numa mão e o atestado de óbito na outra. E este tem sido o verdadeiro e inaceitável saldo operacional da “síndrome do cabrito”: mortes!
O site do InEAC disponibiliza aqui imagens da participação do antropólogo e coordenador do INCT INEAC, professor Roberto Kant de Lima, no I SEMINÁRIO DE PESQUISA “QUANDO AS LUZES SE APAGAM. FATOS E RAZÕES DO FRACASSO DE UM EXPERIMENTO NEOLIBERAL DE RE-DESENVOLVIMENTO URBANO”, promovido pelo Observatório das Metrópoles no dia 19 de Março de 2018 na Faculdade de Letras da UFRJ.
Imagens e edição são do Jornalista Claudio Salles.
https://youtu.be/4gS7q0ghRAk
O INCT Observatório das Metrópoles — em parceria com o Department of Business, Economics, Health and Social Care (DEASS) da SUPSI University — realiza nessa segunda-feira, dia 19 de março de 2018, o Seminário “Quando as luzes se apagam. Fatos e razões do fracasso de um experimento neoliberal de re-desenvolvimento urbano”. O objetivo do encontro é analisar o fracasso de uma etapa do projeto global de neoliberalização urbana, marcado por experimentos como o dos megaeventos esportivos no Rio de Janeiro, com grandes intervenções urbanas e aportes financeiros do poder público. Além disso, a equipe do Observatório irá debater o próprio avanço do neoliberalismo na forma de um urbanismo de austeridade. O evento contará com a participação do coordenador do INCT INEAC, antropólogo Roberto Kant de Lima e do também antropólogo Lenin Pires, diretor do INCT Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflito, INaC, UFF, eles estarão às 9:30 hrs participando da mesa de abertura "Decomposição do sistema de segurança pública".
O Seminário “Quando as luzes se apagam” representa mais um esforço da Rede INCT Observatório das Metrópoles de produzir reflexão e soluções para pensar a profunda crise no qual o Estado do Rio de Janeiro está inserido.Há menos de dois anos havia ainda uma euforia com a realização dos Jogos Olímpicos no Rio, e a crença de um novo futuro — mesmo que na prática pouco tenha sido alterado.
O que se viu a partir daí foi um conjunto de denúncias que apontaram a corrupção sistêmica da classe política, da elite econômica e de parte do judiciário que fizeram do Rio um experimento sim de apropriação indevida dos recursos públicos, gerando uma falência sistêmica do Estado.
Nesse contexto, o Seminário abordará diversas pautas que vão desde a crise financeira do estado, a crise de segurança e o atual momento de intervenção federal até novos processos de gentrificação dentro dos territórios populares. Temas que são parte da agenda de pesquisas a ser analisada entre pesquisadores e professores convidados, analisando as razões e os fatores que conduziram ao estado atual de configuração da cidade.
O evento conta ainda com a participação de convidados especiais, que realizarão as duas palestras de abertura:
“A insolvência fiscal, crise estrutural da economia fluminense e política ultraliberal”, proferida pelo pesquisador e professor Bruno Leonardo Sobral, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
“A decomposição do sistema de segurança pública”, do Pesquisador e professor Roberto Kant, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O Seminário de pesquisa “Quando as luzes se apagam. Fatos e razões do fracasso de um experimento neoliberal de re-desenvolvimento urbano” está previsto para a próxima segunda-feira, 19 de Março, a partir das 8:30h no Auditório G2 do Edifício da Faculdade de Letras, da UFRJ Campus Fundão.
Evento aberto ao público externo. Não é necessário inscrição.
PROGRAMAÇÃO
8:30hrs. Apresentação e boas-vindas (Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro)
Mesa 1: Fatores e dimensão da crise atual
9:00 hrs.- Crise econômica do Rio de Janeiro: a evidência de um impasse no estilo de desenvolvimento (Prof. Bruno Leonardo Sobral, Professor do Departamento de Ciências Econômicas UERJ)
9:30 hrs.- Decomposição do sistema de segurança pública
(Prof.Roberto Kant, UFF e Lenin Pires, Diretor do INCT Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflito, INaC, UFF)
10:30 hrs.- A crise política: o empreendedorismo urbano sem classe dirigente
(Prof. Nelson Rojas, UFF)
Debatedor: Prof. Orlando Santos Junior
10:50 Café
11:00.- Mesa 2: Fatos e razões dos fracassos
11:00.- Do sonho da “nova classe média” à nova pobreza urbana
(Marcelo Ribeiro)
11:15hrs.- Des-gentrificação, espoliação urbana e racismo social.
(Patricia Novaes)
11:30hrs.- Decomposição do sistema de mobilidade urbana.
(Juciano Rodrigues)
Debatedor: Profª Luciana Correa Lago (IPPUR/UFRJ)
11:45hrs Mesa 2 (continuação) Fatos e razões dos fracassos
11:45hr Da promessa da integração ao legado da exclusão: políticas para as favelas no Rio de Janeiro (2007-2017)
(Adauto Cardoso)
12:00hrs.- Porto Maravilha. Derrocada do modelo imobiliário-financeiro
(Mariana Werneck)
12:15 hrs.- Porto Maravilha. Decomposição da coalizão e o reposicionamento dos agentes públicos.
(Humberto Meza)
12:40 ALMOÇO
14:00 hrs Mesa 3. Reconstrução do projeto de cidade: Resistências e caminhos
A experiência dos cortiços como formas de resistência de moradia no centro
(Bruna Ribeiro)
14:15hrs Cidadania e Educação. A escola como espaço de da construção da cultura do direito à cidade
(Ana Paula Cruz e Filippo Bignami)
14:30hrs A produção de espaços de disputas de resistências e disputas culturais na zona portuária
(Mariana Albinati)
14:45 Experimentos de coalizões contra-hegemônicas
(Luciana Lago)
Debatedor: Marcelo Ribeiro
15:00 hrs Encerramento
Prof. Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro
O curso de bacharelado em Segurança Pública e Social da UFF - Universidade Federal Fluminense, promove nessa terça , dia 20 de março de 2018, às 18 horas, aula inaugural com o antropólogo e coordenador do INCT-InEAC , Roberto Kant de Lima e roda de conversa com os professores do departamento de Segurança Pública da UFF.
A atividade acontecerá no auditório do bloco "P" do Campus do Gragoatá da UFF. O coletivo EM SILÊNCIO fará uma intervenção artística.
NOTA sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco
Os pesquisadores associados ao Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos, rede nacional e internacional de pesquisas vinculada ao CNPq e à FAPERJ, vem publicamente manifestar seu pesar e absoluto repúdio diante do assassinato da vereadora Marielle Franco. Mulher, negra, mãe, lésbica, militante dos direitos civis e humanos, vereadora a frente de um mandato popular, pesquisadora acadêmica do tema da segurança pública. Estamos ao lado de seus familiares, amigos, assessores, militantes e dirigentes do PSOL/RJ nesse momento de profunda indignação. Exigimos das autoridades instituídas, em um contexto de intervenção federal, o esclarecimento da autoria desse terrível atentado, o qual busca calar as vozes e expectativas dos trabalhadores, moradores de favelas, e principalmente das mulheres e pessoas negras, subtraindo a vida de uma representante legítima de suas lutas e que buscava, democraticamente, amplificar suas vozes de dor e permanentemente demandadora de justiça.
Marielle Franco, presente!
Acontece no SINPRO RIO, nessa terça dia 13 de março o debate Segurança Pública e Cidadania, Com a participação dos pesquisadores do INCT-INEAC, antropologo Lenin Pires (professor e Diretor do INEAC-UFF) e a antropóloga Jaqueline Muniz (professorado departamento de Segurança Pública da UFF) ; além deles também participará o CEL Íbis (Ex estado maior da PM e doutor pela UFF). A atividade acontece às 18h no auditório do SINPRO - Rua Pedro Lessa 35, Rio de Janeiro.
EQUIPE DE COMUNICAÇÃO DO INEAC
Jornalista Claudio Salles
Bolsista Bruna Alvarenga
ineacmidia@gmail.com