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Claúdio Salles

Claúdio Salles

NOTA DE REPÚDIO

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense (PPGA/UFF) vem a público emitir uma nota de repúdio à reportagem publicada no jornal Gazeta do Povo, na edição do dia 4 de outubro de 2017, sob o título Em universidade federal, doutorado sobre orgias gays tem “participação especial” de autor. Em meio à plêiade de juízos de valor que atravessam a reportagem – contrariando, inclusive, a própria deontologia do fazer jornalístico, que preconiza o compromisso ético-profissional com valores, tais como a imparcialidade no tratamento dos fatos –, o jornalista Gabriel de Arruda Castro apresenta um sem-número de posicionamentos tendenciosos e questionamentos infundados acerca do objeto, dos resultados e da metodologia empregada na pesquisa que serviu de base empírica para o trabalho sobre o qual discorreria em seu texto. A pretexto, porém, de discutir a tese de doutorado do jovem antropólogo Victor Hugo de Souza Barreto, defendida há cerca de um ano pelo PPGA/UFF, sob o título Festas de orgia entre homens: territórios de intensidade e socialidade masculina, a reportagem traz um enquadramento que claramente extrapola o referido objeto. O seu foco, decerto, não se atém à tese em si que, diga-se de passagem, aborda competentemente uma temática complexa, de difícil trato e que, ainda hoje, costuma ser encarada como tabu em diversos círculos sociais (inclusive no jornalístico e no acadêmico). O alvo, ao que tudo indica, seria um tanto maior, ultrapassando não só a dissertação, a tese, o PPGA/UFF, a EDUFF, como a própria UFF.
Em meio à propalada "crise" econômica vivida no País e à consequente escassez de recursos públicos para a ciência, tecnologia e educação, uma vetusta tese acerca da produção do conhecimento parece ressurgir, ganhando novíssimo fôlego e, pode-se dizer, uma nova roupagem que, travestida pela gramática do politicamente correto, evoca algumas conhecidas noções como “utilidade”, "custos" e “serventia”. Nesse sentido, múltiplas vozes se arvoram a definir as temáticas que devem ser pesquisadas, classificando os seus objetos como mais ou menos nobres, o que, entre outras consequências, acirra as bizantinas disputas por financiamento entre as diferentes áreas do saber. No que concerne a essas disputas, não há como deixar de considerar o papel cumprido pelo jornalismo, posto que, como bem sabemos, a mídia é um dos mais importantes atores de construção social da realidade. Entre outras razões, isso se deve ao fato de que, ao difundir informações sobre determinados acontecimentos, ela lhes empresta visibilidade, contribuindo, de modo decisivo, para a formação da opinião pública a seu respeito. É claro que, ao fazerem isso, os seus agentes não operam como meros informantes do que se passa no mundo, mas também como seus intérpretes que, como tais, têm interesses, ocupam posições, fazem escolhas, definem prioridades e produzem enquadramentos do real. É isso o que revela, entre outras, a supracitada reportagem, cujo autor já se posicionou em defesa da adoção de um critério de relevância como justificativa para o aporte de recursos para pesquisas no Brasil, sustentando, inclusive, que as ciências exatas devem ser privilegiadas, em detrimento das humanidades, porque “gera[m] empregos de alta remuneração, fortalece[m] a indústria nacional e aumenta[m] o grau de inovação tecnológica, o que tem um efeito multiplicador sobre a economia”.
Contaminado pelo viés utilitarista, o jornalista demonstra ser detentor de um total desconhecimento acerca da a história das Ciências, assim como sobre os múltiplos impactos promovidos pela produção das chamadas Humanidades na promoção de tecnologias e inovações sociais que são tidas como caras às sociedades contemporâneas. Ao que tudo indica, a combinação do utilitarismo com um manifesto moralismo, temperada por uma certa obtusidade, constitui a razão última de sua resistência à realização de trabalhos como os de Victor Hugo de Souza Barreto, eufemisticamente classificados na reportagem como "pouco ortodoxos". Mais que "pouco ortodoxos" ou heterodoxos, pode-se afirmar que a dissertação de mestrado e a tese de doutorado de Victor Hugo são, por definição, trabalhos heréticos. E é desejável que assim o sejam! Perfeitamente alinhado com a perspectiva weberiana de uma "eterna juventude" das Ciências Sociais, o conhecimento antropológico não é, não deve ser e, no limite, não pode ser elaborado de forma dogmática. Suas "verdades" não se pretendem absolutas, nem definitivas. São, ao invés disso, passíveis de discussão, divergências, discordâncias, reapropriações e reformulações. Esse espírito crítico está e sempre esteve presente em toda a história da Antropologia, fazendo-se notar, inclusive, no contexto de institucionalização da disciplina, em meados do século XIX, quando seus precursores ergueram uma importante crítica às então hegemônicas teorias poligenistas, segundo as quais a diversidade seria fruto de uma desigualdade natural entre os homens, o que contribuiu para justificar práticas etnocêntricas diversas, tais como o racismo, a escravidão, os genocídios, etc.
Com isso, queremos assinalar a necessidade de que, de uma vez por todas, suplantemos os ranços medievais que, de tempos em tempos, vêm à tona nos debates envolvendo a produção do conhecimento, no Brasil e alhures. Objetivamos, pois, ressaltar a nossa concepção de que o conhecimento nunca se mostrou capaz de avançar significativamente enquanto, por qualquer razão, pesquisadores se viram constrangidos a fazer mais do mesmo. É, por meio da adoção de posturas inovadoras, ousadas e arrojadas que os avanços acontecem (ainda que aos arrepios dos setores conservadores e reacionários...). Por isso mesmo, diante da iminência da mais pálida ameaça que, porventura, se lhes apresente, faz-se imperativo que todos nós, interessados na produção de um espaço público plural, heterogêneo e democrático, nos coloquemos em estado de alerta e retomemos a seguinte questão: afinal, para que serve (e a quem serve) o conhecimento?

 

Niterói, 9 de outubro de 2017.

 

Edilson Márcio Almeida da Silva
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense (PPGA/UFF)

Fábio Reis Mota
Vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense (PPGA/UFF)
 

Na próxima terça-feira, dia 10 de outubro de 2017, a Fundação de Economia e Estatística promove o Painel “Indicadores e desafios para uma política de segurança pública no RS”. A atividade  marca o lançamento de mais uma edição da Revista Indicadores Econômicos FEE e contará com a participação do pesquisador vinculado ao InEAC, Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, professor da PUCRS, que irá proferir a palestra cujo tema é “Elementos para uma política de segurança cidadã no RS”.

A publicação trimestral divulga análises socioeconômicas de caráter conjuntural, no âmbito das economias gaúcha, nacional e internacional.

Um dos textos desta edição é de autoria de Daiane Boelhouwer Menezes e Vitoria Gonzatti de Souza (pesquisadoras da FEE), que apresentam o estudo durante o painel da próxima semana, na sede da FEE (Rua Duque de Caxias, 1691 – Centro/POA).

O painel inicia às 14h, no auditório da Fundação. Não é necessário se inscrever antecipadamente e haverá emissão de certificados aos participantes.

“Legalização e Criminalização das Drogas Recreativas. Quem ganha e quem perde com a liberação?”, esse é o tema do painel do Ciclo de Debates Acadêmicos Inter & Transdisciplinares promovido pelo Núcleo de Pesquisa e Iniciação Científica da Faculdade de Direito de Valença (FDV).

O debate será coordenado pelo Professor Gabriel Borges que receberá como palestrante o pesquisado do InEAC Professor Marcos Veríssimo que é Doutor em Antropologia Social e Especialista em Políticas Públicas de Justiça Criminal e Segurança Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e recentemente teve sua pesquisa de doutorado “Maconheiros, fumons e growers: um estudo comparativo de consumo e do cultivo caseiro de canábis no Rio de Janeiro e em Buenos Aires” citada no STF pelo Ministro Luis Roberto Barroso no RecursoExtraordinário 635659/SP que aborda o tema da legalização.

LOCAL: Centro de Ensino Superior de Valença (CESVA/FAA)  

DATA: 11 DE OUTUBRO DE 2017.

HORÁRIO: 17h as 18h30min.

SALA: 103, Bloco A.

 

Organização do Evento: Professor Daniel Nunnes, Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Iniciação Científica da Faculdade de Direito de Valença (FDV).

As inscrições serão promovidas no dia e será atribuída hora de atividades complementar para os alunos.

Nessa sexta dia 6 de outubro de 2017 a EDUFF, editora da Universidade Federal Fluminense, lança o livro "VAMOS FAZER UMA SACANAGEM GOSTOSA ?", escrito pelo antropólogo Vitor Hugo de Souza Barreto.  A obra é baseada no estudo etnográfico minucioso que realizou em saunas de prostituição masculina na cidade do Rio de Janeiro, o antropólogo trata do universo do mercado do sexo e suas peculiaridades, com relatos que vão desde a ambientação do local até a forma como os programas são negociados entre cliente e garotos de programa.

O lançamento ocorrerá às 19 horas, na livraria da Travessa, 97,  rua Voluntários da Pátria, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ.

Quinta, 05 Outubro 2017 13:01

"LEI DE DROGAS: BALANÇO DE UMA DÉCADA"

Com promoção do Ministério Público Federal (MPF) acontece, em Porto Alegre (RS), na terça dia 17 de outubro, das 15h às 18h, a mesa temática "Lei de Drogas: balanço de uma década". A atividade contará com a participação do pesquisador do InEAC Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, doutor em Sociologia e pós-doutor em Criminologia. Além dele também participarão Ana Luisa Chiodelli von Mengden, procuradora regional da República (MPF) e mestre em Direito; Luciane Marques Raupp, doutora em Saúde Pública; Rafael Francisco França, delegado da Polícia Federal e mestre em Ciências Criminais; e Ao final das explanações, haverá espaço para debate com o público.

O evento integra a programação do projeto Diálogos com a Academia e ocorrerá no auditório da Procuradoria Regional da República da 4ª Região (Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 800, Praia de Belas, Porto Alegre).

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até 15 de outubro neste link: http://www.mpf.mp.br/regiao4/formularios/dialogos-com-a-academia-mesa-te....

Aceita-se a doação de um quilo de alimento não perecível, destinado ao projeto PF das Ruas, que serve almoço, nos sábados, a pessoas em situação de vulnerabilidade. As vagas são limitadas e destinam-se ao público em geral.

Programação detalhada e currículo dos palestrantes: http://www.mpf.mp.br/regiao4/sala-de-imprensa/noticias-r4/inscricoes-abe...

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/187709865106353

 

Quinta, 05 Outubro 2017 11:53

MULHER, SOCIEDADE E RELIGIÃO

No próximo dia 21 de outubro de 2017 acontece em Sergipe o KOSERÊ, VII ENCONTRO DE UMBANDISTAS DE SERGIPE, cujo tema principal é MULHER, SOCIEDADE E RELIGIÃO:Brasil, país laico? Da intolerância à violência, o papel da mulher no mundo pluralista das religiões afro-brasileiras.

Duas pesquisadoras do Ineac estarão entre os palestrantes do evento: A antropóloga Ana Paula Mendes de MIranda, Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense e Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo e Pós-Doutora, Universidade Nova de Lisboa, UNL, Portugal; e a historiadora Lana Lage da Gama Lima, formada pela UFRJ (1973), Mestra em História do Brasil pela Universidade Federal Fluminense - UFF (1977) e Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo - USP (1990). Também participarçao do evento a Promotora de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia Livia Maria Santana e Sant'Anna Vaz, Mestra em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia e Doutoranda em Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; e também a socióloga e escritora Flávia Pinto Coordenadora do CEPLIR - Centro de Promoção
da Liberdade Religiosa SEASDH - RJ.

Data: 21/10/2017 das 08h às 14h
Local: Auditório Geraldo Chagas,
UNIT Campus Centro,
localizado na Rua Simão Dias, nº 23, Centro

As incrições podem ser feitas pelo site: http://caboclotupy.wixsite.com/kosere

O curso de Tecnologia em Segurança Pública e Social recebeu a nota 4, conceito MUITO BOM na avaliação externa do MEC.

A avaliação foi realizada nos dias 14 e 15 de setembro de 2017, no NEPEAC, onde a coordenação do curso ficará instalada até a mudança para a nova sede do InEAC-UFF. A comissão responsável foi composta pela Profa. Karen Menger da Silva Guerreiro e pela Profa. Claudia Fonseca Rosès.

A presença maciça dos coordenadores de disciplina foi decisiva para demonstração do trabalho institucional realizado. A participação dos Tutores coordenadores e dos alunos serviram para demonstrar todo o esforço de formação de recursos humanos e transferência de conhecimento para a sociedade.

Também estiveram presentes importantes representações institucionais que apoiam este projeto, a Profa. Regina Moreth, coordenadora do CEAD; O Prof. Roberto Kant de Lima, coordenador do INCT-InEAC e do NEPEAC; o Prof. José Rodrigues, Pró-reitor de graduação; a Profa. Vânia Laneuville, diretora de tutoria da Fundação Cecierj/Consórcio Cederj; o Prof. Lenin Pires, diretor do InEAC-UFF; Prof. Vladimir Luz, coordenador do curso de bacharelado em Segurança Pública e Social. Importanre destacar que o acolhimento da Diretora Maria de Fátima de Araújo Santos no polo de Niterói contribui para esse resultado.

O trabalho de construção do curso iniciou-se no segundo semestre de 2012. De lá pra cá, o curso aumentou e encolheu de tamanho segundo demandas das instituições do Estado do Rio de Janeiro. O curso nunca deixou de funcionar apesar de toda a crise financeira e política e mesmo as greves não interromperam as atividades. Graças aos Alunos, aos Tutores, aos Coordenadores de disciplina, aos Diretores de Polo, aos membros da Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ, à Secretaria de Estado e Segurança do Estado do Rio de Janeiro, à Secretaria de Ciência e Tecnologia, à FAPERJ, à Universidade Aberta do Brasil, à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e, evidentemente, aos órgãos da Universidade Federal Fluminense, com especial menção ao Departamento de Segurança Pública, ao Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (InEAC-UFF), à Coordenação de Educação a Distância (CEAD), à PROGRAD, ao NEPEAC e à PROPPI, o curso nunca deixou de funcionar apesar de toda a crise financeiras e política, mesmo as greves não interromperam as atividades. Foram 4480 vagas ofertadas entre 2014 e 2017 em 12 municípios do norte ao sul fluminense. Atualmente o curso conta com 2248 alunos inscritos dos 3322 alunos matriculados, o que garante uma das mais baixas taxas de evasão dentre os cursos EaD apoiados pela Fundação Cecierj/Consórcio Cederj. O curso já tem duas formatura com 78 e 231 alunos graduados e há mais uma turma para se formar com 208 alunos e a subsequente já contamos 575 prováveis formandos. Em 2016, o reconhecimento da Universidade veio como um prêmio de Excelência Acadêmica em Inovação para o desenvolvimento social. E, agora, essa nota 4 estabelece dentre os cursos reconhecidos da UFF, o que comprova um grande esforço institucional orientado e organizado academicamente e uma relevante conquista da sociedade.

Na próxima quarta-feira, 18 de outubro, das 10:00  às 13:00h  e das 16:00 a manhã às 19:00h nas instalações do Instituto de Pesquisa Legal da UNAM - Universidad Nacional Autónoma de México, será realizada a sessão de trabalho "Estudos policiais", que incluirá a participação dos professores Elena Azaola e do coordenador do InEAC, antropólogo Roberto Kant de Lima,ambos membros do Conselho Científico da FLAD no México e no Brasil, respectivamente.

No dia 06 de abril, às 19hs, será realizada a palestra "A produção de tecnologias sociais em Segurança Pública e os desafios de um campo profissional em construção" ministrada pelo Prof. Marcos Veríssimo. A paletra acontece no Pólo Universitário São Gonçalo (UFF) que fica no “CIEP 250 Rozendo Rica Marcos” na rua Visconde de Itaúna, S/Nº, Gradim - São Gonçalo. As inscriçõies serão realizadas presencialmente, no dia do evento até às 19hs.

p>Entre os dias 03 e 05 de maio de 2017 será realizado o II Seminário “Usos de Drogas na Contemporaneidade: abordagens de pesquisa em ciências humanas” na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O evento tem como objetivo possibilitar à comunidade da UFRGS, bem como ao público em geral, um maior contato com abordagens científicas que em muito podem contribuir para a constituição de novas formas de pensar e intervir sobre a questão dos usos de drogas no Brasil contemporâneo. Divulgar produção acadêmica recente sobre o tema, nas perspectivas de pesquisa das ciências humanas, para a comunidade do IFCH, da UFRGS e para o público em geral.
Possibilitar o diálogo e a troca de conhecimentos entre os pesquisadores e destes com estudantes, docentes e técnicos da UFRGS, bem como com o público em geral. Fomentar a constituição de uma rede de pesquisadores aptos a produzir conhecimento coletivamente e a participar dos debates públicos sobre o tema das drogas.
O professor Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, Doutor em Sociologia pela UFRGS, Professor na PUCRS e pesquisador vinculado ao InEAC,, apresenta no dia 03, a Conferência Política de Drogas e Justiça Criminal no Brasil.

A programação completa do Seminário com datas, horários e locais está no site do evento: https://sudc.wordpress.com/

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