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Claúdio Salles

Claúdio Salles

O INCT/INEAC recebeu o Prêmio de Divulgação Científica pela ABA - Associação Brasileira de Antropologia , durante a 33 Reunião Brasileira de Antropologia, que acontece entre 28 de agosto e 3 de setembro de 2022, pelo INEAC AO VIVO , uma série de lives mediada ou com a participação de antropólogos do InEAC e de fora dele, este conjunto é composto por 8 programas que produziram 95 lives nos anos de 2020, 2021 e 2022.

Esta proposta foi selecionada dentre os múltiplos conteúdos produzidos e divulgados pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC – www.ineac.uff.br), através de seu Laboratório Estúdio Multimídia do InEAC (LEMI).

Assista no link abaixo momento da Premiação

https://youtu.be/X0YUfT0517M

A série INEAC AO VIVO teve grande adesão de diversos pesquisadores do INCT-InEAC, muitos deles jovens pesquisadores e recém doutores mais familiarizados com o domínio das plataformas. Foram desenvolvidos 8 programas, totalizando 95 episódios e apresentadas e produzidas 5 Mesas, em torno de temas centrais de produção do Instituto, uma delas “InEAC para o mundo”, com a participação do nosso consultor internacional antropólogo George Bisharat (Hastings College of the Law, U. Califórnia, San Francisco). Em razão da rapidez com que conseguimos promover essas atividades, bem como manter sua periodicidade semanal, muitas delas foram utilizadas como material didático para diversos cursos de graduação e pós-graduação, entre eles os cursos de graduação em Antropologia, Ciências Sociais, Segurança Pública, Direito e Ciências Sociais nos campi da UFF de Niterói e de Campos dos Goytacazes, e nos cursos de pós-graduação da UFF em Antropologia e em Justiça e Segurança, ambos da grande área de Antropologia da CAPES. 

Inicialmente, a proposta do INEAC AO VIVO era de promover uma série de lives semanais distribuídas em diferentes programações que trouxessem entrevistas e rodas de conversa para divulgação das etnografias realizadas pelos pesquisadores da nossa rede nacional e internacional, presente em 8 (oito) unidades da federação e 8 (oito) países, além da divulgação de novas pesquisas realizadas sobre os impactos da pandemia que a cada momento se atualizavam.  Com a continuidade da pandemia, o INEAC AO VIVO passou também a produzir e transmitir eventos acadêmicos inteiramente virtuais, como seminários, congressos e colóquios.

Criado no âmbito do INCT-InEAC com uma equipe de profissionais, bolsistas e pesquisadores que se dedicaram a organizar dezenas de conteúdos digitais disponibilizados nas nossas principais redes sociais, as mais de 95 lives realizadas foram divulgadas por meio de cartazes eletrônicos e vídeos amplamente difundidos pelo WhatsApp e também pelas referidas redes sociais, organizadas em 8 (oito) programas diferentes, todos contando com a presença de antropólogos da rede do InEAC, como listado a seguir.

O “InEAC ao vivo” é composto pelos programas “Antropopapo”, “Para sua Ciência”, “Um Covid à Reflexão”, “Sexta Básica”, “Luz Vermelha”, “InEAC pelo Mundo” e Mesas de Conversa diversas, como o programa que ainda segue ativo “Justas Conversas”, tendo todo seu conteúdo transmitido no formato de lives pelo Facebook, Instagram e canal do Youtube, e posteriormente gravados e disponibilizados neste último (https://www.youtube.com/InEAC/).

 

 

  1. InEAC ao vivo: “Antropopapo”

O Antropopapo foi um programa de divulgação científica do Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas (NUFEP/ICHF/UFF) e do Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT/InEAC). O programa, apresentado pelos antropólogos Fábio Reis Mota (UFF), Yolanda Gaffrée Ribeiro (PPGA/UFF), Hully Falcão (FIOCRUZ), Luiza Aragon Ovalle (NUFEP) e Daniela Velásquez Pelaez (PPGA/UFF) recebia convidados - em sua maioria oriundos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFF (PPGA/UFF) -, mas também lideranças de movimentos sociais, para discutir e debater temas concernentes à antropologia de maneira acessível, como um bate-papo. Os assuntos trazidos foram diversos, tais quais, sexualidade e corpo; segurança pública; formação antropológica; organização e ocupação do espaço público; trabalho de campo e mudanças em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Inicialmente, era realizado semanalmente, depois passou a ser organizado quinzenalmente. O primeiro Antropopapo foi ao ar em 20 de maio de 2020, e em sua maioria foi realizado no formato de lives no perfil do InEAC no Instagram e, após sua realização, inserido no canal do InEAC no YouTube.

LINK: https://youtube.com/playlist?list=PLlhlK3SrvYP7fu7c3h9Tqr9SONDhIvIHJ

 

  1. InEAC ao vivo: “Para sua Ciência”

A fim de divulgar a importância das pesquisas realizadas na grande área de ciências humanas como parte fundamental da atividade científica brasileira, a antropóloga Izabel Nuñez (NEPSSE/INCT-InEAC) conduzia entrevistas com convidados diversos para que eles apresentassem suas pesquisas e contribuições para o enfrentamento e compreensão dos problemas sociais no Brasil. Foram abordados temas como cibercultura e trabalho de campo nas redes; etnografias em sistemas prisionais; racismo; divulgação científica e desinformação; gestão de mortos na pandemia; entre outros.

LINK: https://youtube.com/playlist?list=PLlhlK3SrvYP4EwO5KULvDfDbIYuc7mnx7

 

  1. InEAC ao vivo: “Um Covid à Reflexão”

Em “Um Covid à Reflexão”, a antropóloga Elizabete Albernaz (WITS University/INCT-InEAC) e o pesquisador Igor Vasconcellos (PPGSD/UFF) recebiam juntos, sob a forma de uma roda de conversa, pesquisadores de diversas áreas de formação para falarem sobre suas dissertações de mestrado e teses de doutorado com a proposta de garantir um espaço de divulgação das etnografias dos pesquisadores da nossa rede e para além dela, em uma tentativa de superar o isolamento imposto durante o enfrentamento da pandemia, além de novas reflexões entre esses trabalhos e as novas dinâmicas e problemas oriundos da mesma. Foram discutidas pesquisas sobre jogo do bicho; populações tradicionais no Mato Grosso e políticas públicas em tempos de COVID; população em situação de rua; antropologia da infância; trabalhadores de plataformas digitais e precarização do trabalho; entre outros.

LINK:

https://youtube.com/playlist?list=PLlhlK3SrvYP6-l_g9BRCVMewuGWgvqSIY

 

  1. InEAC ao vivo: “Sexta básica”

O antropólogo Lenin Pires (LAESP/IAC/InEAC), também diretor do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (IAC/UFF), apresentava toda sexta-feira o “Sexta básica”, programa de lives com temas variados envolvendo a comunidade científica, a sociedade e a Segurança Pública, cuja proposta era de promover uma reflexão e pensar propostas para compreender e superar os desafios impostos pela pandemia e seus reflexos nas Universidades e cidades brasileiras com antropólogos, historiadores e gestores públicos. Foram discutidos temas como tecnologias digitais; mercados ilegais; práticas esportivas e a pandemia; experiências contrastivas de ensino no Brasil, Canadá e Argentina durante a pandemia.

LINK: https://youtube.com/playlist?list=PLlhlK3SrvYP6Xjm3rQA0r56g0irvRJ2XG

 

  1. InEAC ao vivo: “Luz Vermelha”

Programa de divulgação e difusão científica apresentado pelo jornalista Claudio Salles (LEMI/INCT-InEAC), coordenador de Comunicação do LEMI. O programa trazia antropólogos do INCT/INEAC e convidados especiais de fora da academia, como o ex-Ministro Nelson Jobim, o cantor Ney Matogrosso, o ex-ministro Carlos Minc, o cartunista Aroeira, os deputados Alessandro Molon e Marcelo Freixo, além de antigos interlocutores de pesquisa, para debaterem sobre suas percepções e pesquisas diante de temas muitas vezes considerados tabus na sociedade brasileira. Foram debatidos temas como cultura cannábica; um especial sobre a obra “Carnavais, Malandros e Heróis”, do antropólogo Roberto DaMatta; censura; organizações de prostitutas no Brasil; mobilidade urbana; fake news e disputas de narrativas na internet; amor e sexualidades; e muitos outros.

LINK:

https://youtube.com/playlist?list=PLlhlK3SrvYP4zewAZgnlYg0A59jSRmJ7h

 

 

 

Nesta sexta-feira, às 20:30h, na 33 Reunião Brasileira de Antropologia será lançado o livro "A luta por um modo de vida: enfrentamento ao racismo religioso no Brasil" (EdUFF), escrito pela antropóloga Rosiane Rodrigues, pesquisadora vinculada ao INCT/INEAC.
A obra, com download gratuito, é parte da tese de doutorado vencedora do I Prêmio Lélia Gonzalez (RBA/2020), orientada pela Profa. Ana Paula Miranda, e trata sobre a criminalidade violenta nos terreiros do país. O prefácio é da Profa. Luena Nunes Pereira.

Para fazer o download gratuito do livro "A luta por um modo de vida: enfrentamento ao racismo religioso no Brasil" (EdUFF) acesse o download abaixo:

https://m.eduff.com.br/produto/a-luta-por-um-modo-de-vida-enfrentamento-ao-racismo-religioso-no-brasil-e-book-pdf-694

 

Pesquisadores do INCT/INEAC lançam seus livros durante a 33 Reunião Brasileira de Antropologia, que acontece no modo online, entre 29 de agosto e 3 de setembro de 2022 e cujo o tema é : DEFENDER DIREITOS E FAZER ANTROPOLOGIA EM TEMPOS EXTREMOS.  Acompanhe a programação do 33 RBA pelo link https://www.33rba.abant.org.br/programacao

Para acessar a lista com os livros, pesquisadores , com data e horários dos respectivos lançamentos, faça o download do PDF em anexo .

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nalayne Mendonça Pinto tem Doutorado em Ciências Humanas (Sociologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006), Mestrado em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000). É professora associada do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiros. É pesquisadora na área de Sociologia, com ênfase nos seguintes temas: Sociologia Jurídica, Sociologia Criminal, Criminologia, Sociologia das Organizações. Pesquisadora do Observatório Fluminense/ UFRRJ e Pesquisadora Associada ao Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos - INeAC/ INCT.

Compartilhamos aqui a chamada para o VII Encontro de Pesquisa sobre Administração de Conflitos do PPGD/UVA (2022).

Está aberta a inscrição e envio de resumos de trabalhos!
Os resumos devem ser enviados até o dia 11 de setembro de 2022 via formulário no link:

https://forms.gle/sC2cUHpBT9iRRVPz6

Os trabalhos definitivos devem ser enviados até 02/10/22 para o e-mail <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>

Devido a pandemia, o evento será realizado de forma remota, de 18 a 21 de outubro.

Mais informações em: https://www.ineac.uff.br/index.php/noticias/item/867-vii-encontro-de-pesquisa-sobre-administracao-de-conflitos-do-ppgd-uva-2022

Chamada para apresentação de trabalhos no simpósio Nº 21 Incursões Antropológicas e Etnográficas no Campo Jurídico no Chile, no XI Congresso Chileno de Antropologia.
 
Para todos os interessados ​​em participar do Congresso Nacional, dentro dos 25 simpósios aceitos em nossa próxima versão do XI Congresso Chileno de Antropologia temos:
 
Simpósio 21: Incursões antropológicas e etnográficas no campo jurídico no Chile.
 
Apresente seu trabalho até 30 de setembro de 2022.
 

S21 Incursões antropológicas e etnográficas no campo jurídico no ChileResumo do simpósio

Este espaço dá continuidade aos simpósios “Perícia antropológica no Chile na justiça criminal” e “Antropologia da justiça” realizados durante as duas últimas edições do Congresso Chileno de Antropologia, respectivamente em Castro (2017) e Temuco (2019). Por meio dele, pretende-se socializar experiências e resultados de pesquisas e reflexões antropológico-etnográficas no campo jurídico desenvolvidas no Chile ou em outros países latino-americanos. O objetivo do simpósio é gerar uma instância de comunicação, debate e reflexão sobre como a antropologia pode contribuir para a compreensão e contribuir para as transformações do campo jurídico. Tendo em conta o contexto atual do novo quadro constitucional que irá reger o país, É interessante destacar a utilidade real e potencial dessas perspectivas para atuar em contextos de justiça estatal e pluralismo jurídico. Interessa, em especial, visualizar novos objetos, abordagens e propostas teórico-metodológicas para o estudo, crítica e transformação dos espaços de justiça estatal, que estimulem o desenvolvimento da antropologia jurídica diante dos desafios contemporâneos marcados pela plurinacionalidade, emergência de identidades em busca de reconhecimento jurídico, populismo criminal ou aspiração à justiça substantiva em sociedades marcadas por injustiças e desigualdades sociais.

Coordenadores

  • Marcelo Berho Castillo – Universidade Católica de Temuco
  • Fabien Le Bonniec – Universidade de La Frontera
  • Héctor Wladimir Martínez Cañoles – Pontifícia Universidade Católica do Chile

Contato

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  • Outras informações acesse: http://congresoantropologia.cl/

 

Formulário de inscrição Monitores IX Seminário Internacional - INCT/InEAC

O IX Seminário Internacional do INCT-InEAC "Direitos, Desigualdades e Ciência - Impactos da Pandemia em Perspectiva Comparada" que acontecerá entre os dias 25 e 28 de outubro de 2022 está recebendo inscrições para atividades de monitoria ao longo do evento.

 

Prazo de inscrições: de 22/08/2022 - 31/08/2022

 

O candidato deverá preencher o formulário no link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSczB_lh-WERHzW2-phOshFzC-4th1Utg6-8jJtYRZ6B0yWpWQ/viewform  sinalizando sua disponibilidade no período do evento. 

A Coordenação de Monitoria convocará os selecionados, em data a ser definida, a fim de organizar a escala de atividades, bem como instruir os monitores sobre as atividades a serem desenvolvidas no decorrer do evento.

JCOM América Latina convida a todos e todas a submeterem artigos para o especial “Desinformação e divulgação da ciência e da saúde na América Latina”. Editoras Luisa Massarani (Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia) e Thaiane Moreira De Oliveira (Universidade Federal Fluminense e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estudos Comparados em Administração de Conflitos).

JCOM América Latina é uma publicação de livre acesso, revisada por pares e dedicada a estudos em divulgação científica na América Latina. Não há taxa para publicação.

Os artigos podem ser submetidos em português ou espanhol, até 20 de novembro.

Mais informações sobre a revista em https://jcomal.sissa.it/es

O site do INCT INEAC reproduz aqui o artigo DECIFRANDO A ESFINGE: FORMAÇÃO, CONTROLE E LETALIDADE POLICIAL - O USO DAS CÂMERAS NO FARDAMENTO PODE SER CONSIDERADO UM PASSO IMPORTANTE PARA ROMPER COM A OPACIDADE DOS CASOS DE ABUSO NO EMPREGO DA FORÇA PELA POLÍCIA, MAS NÃO SUFICIENTE; dos pesquisadores Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo (Sociólogo, professor da Escola de Direito da PUCRS e membro do INCT-InEAC) e Fernanda Bestetti de Vasconcellos (Socióloga, coordenadora do PPG em Segurança Cidadã da UFRGS e membro do INCT-InEAC) . O artigo foi publicado originalmente no site FONTE SEGURA - https://fontesegura.forumseguranca.org.br/decifrando-a-esfinge-formacao-controle-e-letalidade-policial/

Confira abaixo a íntegra do artigo:

DECIFRANDO A ESFINGE: FORMAÇÃO, CONTROLE E LETALIDADE POLICIAL

O USO DAS CÂMERAS NO FARDAMENTO PODE SER CONSIDERADO UM PASSO IMPORTANTE PARA ROMPER COM A OPACIDADE DOS CASOS DE ABUSO NO EMPREGO DA FORÇA PELA POLÍCIA, MAS NÃO SUFICIENTE

 

 

No mês de julho, publicamos artigo no Fonte Segura no qual afirmamos que entender os dilemas do funcionamento das polícias e da mentalidade policial no Brasil é questão-chave para dar conta dos dilemas de nossa democracia. Desde então, novas evidências surgiram que reforçam a importância desse debate.

De um ponto de vista macro, acompanhamos a publicação da nova edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2022) que, entre inúmeros dados e análises, apresenta os números da letalidade policial. Os dados apresentados nos mostram uma situação muito grave: depois de um crescimento de 2.212 mortes anuais em 2013 até o número de 6.175 mortes ao ano decorrentes de intervenções policiais em 2018, o patamar que ultrapassa 6.000 mortes ao ano permanece. Enquanto a taxa de mortalidade por intervenções policiais alcança 2,9 mortes por 100 mil habitantes ao ano, os estados apresentam variações importantes, com o Amapá com impressionantes 17,1 mortes por 100 mil habitantes em 2021, seguido de Sergipe, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia e Pará, todos com mais de 6 mortes por 100 mil habitantes ao ano.

Em uma dimensão microssocial, o estado do Rio Grande do Sul, cujas taxas de letalidade policial ficaram em 1,4 mortes por 100 mil habitantes ao ano, bem abaixo da média nacional, foi surpreendido no último final de semana com o aparecimento do corpo do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, retirado de dentro de um açude em São Gabriel, depois de ter sido abordado por três soldados da Brigada Militar e desaparecido. O perfil do jovem, morador da região metropolitana de Porto Alegre, que estava em São Gabriel para cumprir o serviço militar obrigatório, reproduz o da maioria das vítimas da violência policial.

Indaga-se, a partir desses dados e deste fato, quais os vetores de uma letalidade que coloca o país nos primeiros lugares em nível mundial, e que vitimiza jovens negros e pobres cotidianamente, sem que se possa justificar o uso da força letal em circunstâncias em que não haveria qualquer tipo de ameaça, como no caso do jovem em São Gabriel.

Se de um lado é preciso reconhecer que houve avanços na qualificação da formação policial ao longo das últimas décadas, com a implantação da Matriz Curricular Nacional, a implantação da Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (RENAESP) e a padronização de currículos das academias de polícia, incorporando temas de proteção e promoção dos direitos humanos e sensibilização a respeito de questões ligadas à discriminação racial, por orientação sexual, etc., fato é que a distância entre o currículo trabalhado nas academias e o chamado “currículo oculto”, que caracteriza o aprendizado das práticas policiais na rua, com colegas mais antigos, ainda persiste.

A abertura das universidades para o ensino de temas ligados a policiamento e segurança pública trouxe avanços tanto para a própria universidade, com a criação e a qualificação de grupos de pesquisa, quanto para as polícias. Ainda assim, é preciso pontuar efeitos imprevistos, como a tentativa de legitimação acadêmica de posturas e práticas insustentáveis ética e cientificamente, e a mais recente tentativa de criação de uma “ciência policial”, somente acessível às próprias polícias.

De outro lado, os mecanismos de controle do uso da força pela polícia nem sempre são efetivos, e policiais violentos contam com a impunidade e a baixa mobilização da opinião pública nos casos de abusos praticados, em um contexto no qual até mesmo autoridades públicas justificam as mortes como “baixas” na guerra contra o crime. Em sentido contrário, a implantação das câmeras nos uniformes da polícia paulista produziu queda significativa da letalidade policial no estado de São Paulo. Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, estudo recente de autoria de pesquisadores ligados ao FBSP indica que os batalhões nos quais o uso das câmeras foi implantado tiveram queda de 47% da letalidade em 2021, frente a queda de 16% nos demais batalhões da PMESP.

Se considerarmos que a letalidade policial está relacionada com uma dimensão individual (características subjetivas que influenciam a tomada de decisão), uma dimensão ecológica (variáveis contextuais como localização, horário, etc.) e uma dimensão organizacional (mecanismos de controle, formação e incentivo/desincentivo a certas condutas), é preciso reconhecer que o uso das câmeras no fardamento pode ser considerado um passo importante para romper com a opacidade dos casos de abuso no uso da força pela polícia, mas não suficiente. O investimento em políticas de acompanhamento psicológico aos policiais, assim como em programas de formação mais conectados com as práticas policiais, e em mecanismos de controle e responsabilização dos policiais que utilizam a força de forma ilegal/abusiva, são dimensões absolutamente conectadas e necessárias para a redução dos casos de violência policial.

No caso de São Gabriel, a Auditoria Militar de Santa Maria, responsável pela região central do estado na estrutura da Justiça Militar, determinou a prisão preventiva do sargento e dos dois soldados da Brigada Militar envolvidos, pelo entendimento de que haveria indícios suficientes da materialidade dos delitos de abandono de pessoa sob seu cuidado, guarda ou vigilância, e falsidade ideológica, e a realização de audiência de custódia.

Em síntese, o enfrentamento dessa grave questão, que diz respeito às relações entre a polícia e a cidadania no Brasil, exige o reconhecimento do problema, a conscientização sobre suas características específicas, como o viés racial das vítimas, 84,1% delas negras, e uma mudança de mentalidade social, para que não se admita a leniência e até o incentivo por parte de governantes populistas, que se valem do medo e da insegurança pública como plataforma eleitoral, aplaudem o uso abusivo da força pelas polícias e sabotam as experiências positivas em políticas de formação e controle da atividade das polícias.

 

Entre os dias 14 e 19 de agosto de 2022, as professoras Haydée Caruso, da UnB; Luciane Patrício, da UFF e Nalayne Mendonça, da UFRRJ, todas coordenadoras de subprojetos do INCT INEAC, apresentaram resultados das pesquisas que desenvolvem no XXXIII Congresso Latinoamericano de Sociologia, realizado na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), na cidade do México.

Haydée Caruso apresentou resultados da pesquisa sobre o processo de militarização de uma escola pública na Ceilândia, em Brasília, onde a Polícia Militar do Distrito Federal passou a fazer a gestão da disciplina escolar desde 2019. Luciane Patrício trouxe reflexões a partir da pesquisa que desenvolveu, com a participação da professora Jacqueline Muniz (UFF), sobre as políticas de (in)segurança realizadas nos últimos 10 anos no conjunto de favelas da Maré, onde se destacam ações de GLO, operações policiais como rotina e alta letalidade policial. Nalayne Mendonça apresentou os resultados parciais da pesquisa sobre desaparecimentos forçados na Baixada Fluminense. A pesquisa analisou os casos de pessoas desaparecidas e suas correlações com a dinâmica criminal da região.

Confira abaixo as fotos com as nossas pesquisadora durante o XXXIII CONGRESSO LATINO AMERICANO DE SOCIOLOGIA - MÉXICO 2022

 

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