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Claúdio Salles

Claúdio Salles

Reproduzimos aqui no site a entrevista do coordenador do INCT/INEAC , antropólogo Roberto Kant de Lima (UFF), para o Jornal O Estado de São Paulo .

A entrevista também pode ser lida acessando o link https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,roberto-kant-de-lima-interesses-das-policias-sao-essencialmente-corporativos,70003832585 (apenas para assinantes)

ou o baixando o PDF em anexo.

 

Roberto Kant de Lima: 'Interesses das polícias são, essencialmente, corporativos'

 

NONE SEPTEMBER 06, 2021

RIO - O antropólogo Roberto Kant de Lima vê com ceticismo a possibilidade de uma tentativa de ruptura institucional a partir das Polícias Militares em favor do presidente Jair Bolsonaro. “A hierarquia policial está subordinada à hierarquia do Exército”, afirmou, em entrevista ao Estadão, o pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista na área de Segurança Pública. “Fugir disso seria motim, ou então os oficiais-generais teriam que aderir à insubordinação.” Lima observou ainda que a agenda das Polícias Militares é corporativa, e é a combinação desse corporativismo com o conservadorismo que dá força a Bolsonaro nas PMs. Leia trechos da entrevista.

O interesse dos policiais podem até ser, por parte de alguns, o de ter acesso ao poder. Mas os interesses das polícias são, essencialmente, corporativos, no sentido de obtenção de benefícios para a sua categoria profissional, sem considerar, necessariamente, as conveniências e os reflexos disso no resto da sociedade.

Essa aí: corporativa.

Essa agenda é anterior a Bolsonaro, que apenas a adotou, ou ele teve papel decisivo na sua formulação e agitação?

Bolsonaro sempre se identificou politicamente, na qualidade de ex-integrante do Exército, como defensor de interesses militares corporativos. As Polícias Militares no Brasil, desde a Constituição de 1988, são definidas como “militares estaduais”. Entraram nessa categoria inclusive os soldados. Vai daí, as vantagens corporativas militares também passaram a ser reivindicadas por elas, inclusive para a tropa. Expandiu-se o público envolvido.

Esse corporativismo. Além disso, a adoção de uma pauta conservadora e, ultimamente, de uma certa inclinação obscurantista, negacionista de valores contemporâneos, conduzida por alguns líderes que se apresentam como representantes da moral cristã evangélica, também colaboram para a conformação e fortalecimento de análogos pontos de vista: guerra às drogas, homofobia, extermínio de transgressores etc.

O fim da possibilidade de prisão disciplinar do policial militar, adotado no início do governo Bolsonaro, ajudou a criar o atual clima de politização das PMs?

A questão não é essa. Nas PMs, os regimes disciplinares são desiguais para oficiais e praças. E os praças se veem frequentemente punidos administrativamente enquanto os oficiais que com eles transgrediram dificilmente o são. Há, definitivamente, dois pesos e duas medidas. E muitas vezes, como no Rio, de instâncias que aplicam desigualmente essas penalidades nas auditorias militares para uns e outros. Essa é a grande questão da punição na PM: a desigualdade de tratamento, que espelha uma separação, reforçada pela dupla entrada na corporação, uma para os oficiais, outra para os praças, entre quem manda e quem obedece, que fortalece a permanente sensação de impunidade de alguns e traz imensos prejuízos à efetividade do trabalho policial.

Não sei. Mas, se for para ajudar a aumentar a pressão por privilégios, pode acontecer.

Depende do que você chama de politizado. Se quer dizer que o ethos institucional das polícias não está voltado para proteção da sociedade, mas do Estado – e, mais, de alguns funcionários do Estado –, elas estão politizadas desde o século 19. Se for para dizer que empregam meios impróprios para administrar a segurança pública especialmente em desfavor de segmentos específicos da população, elas já fazem isso há bastante tempo.

Não sou cientista político, mas comungo com a ideia de muitos, de que golpes de Estado em países das dimensões econômicas, políticas e sociais do Brasil têm que ser apoiados pelas classes produtoras, pelos servidores do Estado e pelas Forças Armadas. Um lado só não basta. Ademais, no Brasil não há generais na polícia, como há em outros países. A hierarquia policial está subordinada à hierarquia do Exército. Fugir disso seria motim, ou então os oficiais-generais teriam que aderir à insubordinação, para levá-la à frente, comandando-a. Aí já não seria uma insubordinação policial. Isso seria possível? O Exército continua controlando o armamento pesado. A polícia tem efetivo combatente maior, mas, como já apontei, é subordinada constitucionalmente e corporativamente ao Exército. Para um golpe, ou o Exército controla, ou se alia e comanda.

As polícias nas sociedades capitalistas burguesas têm a função de investigar infrações, neutralizar distúrbios de massas e administrar conflitos entre os cidadãos. A nossa polícia não tem nenhuma dessas “missões” como prioridade institucional. Nem mesmo essas atividades contam pontos na produtividade individual e coletiva. O que vale é apreensão de armas e drogas etc, é a atividade criminal. Esta deveria, sempre, ter como prioridade a investigação. É como no filme O Nome da Rosa: de um lado tem o Sean Connery investigando para descobrir as evidências e definir o transgressor; de outro tem o abade inquisidor punindo os suspeitos.

Se nada mudar, com ou sem Bolsonaro, o mesmo, provavelmente. Infelizmente.

 

 

 

Terça, 31 Agosto 2021 17:36

Antropolítica no ar

Nessa terça feira 31 de agosto acontece o Antropolítica no ar! #52, o evento de lançamento virtual do n° 52 da Antropolítica.
O debate desta edição estará focado no tema do dossiê "Um Mundo em Recomposição: Uma Análise Antropológica das Novas Formas de Regulação e Certificação dos Objetos e Pessoas na Contemporaneidade", publicado no número 52, e contará com a presença dos organizadores do dossiê, os professores Hully Guedes Falcão (Fiocruz), Fabio Reis Mota (UFF), Manuela Vieira Blanc (Ufes) e Gabriela de Lima Cuervo (SEEDUC RJ). Também teremos a participação dos autores dos artigos que compõem o Dossiê.
O evento acontece hoje às 14h, será transmitido no canal do Youtube do InEAC e pelo Facebook da Antropolítica.
Link do evento: Convidamos os leitores e colaboradores da Revista Antropolítica para o evento Antropolítica no ar! O evento será o lançamento virtual do n° 52 da Antropolítica.
O debate desta edição estará focado no tema do dossiê "Um Mundo em Recomposição: Uma Análise Antropológica das Novas Formas de Regulação e Certificação dos Objetos e Pessoas na Contemporaneidade", publicado no número 52, e contará com a presença dos organizadores do dossiê, os professores Hully Guedes Falcão (Fiocruz), Fabio Reis Mota (UFF), Manuela Vieira Blanc (Ufes) e Gabriela de Lima Cuervo (SEEDUC RJ). Também teremos a participação dos autores dos artigos que compõem o Dossiê.
O evento acontece hoje às 14h, será transmitido no canal do Youtube do InEAC e pelo Facebook da Antropolítica.
Link do evento: https://youtu.be/xTeqv_PCm6A
Facebook Antropolítica: https://www.facebook.com/Antropol%C3%ADtica-1563141587249907

Com uma história de mais de meio século, o Congresso Argentino de Antropologia Social (CAAS) é o principal evento científico e acadêmico de antropologia social na Argentina. A sua décima segunda edição vai permitir-nos reunir-nos para promover e avançar na discussão crítica dos resultados derivados da investigação, ensino, extensão, transferência e prática profissional, actualizando o estado do conhecimento na nossa área, bem como a sua projecção. O evento aconteçe no modo online até setembro de 2021 . Confira a programação completa em anexo ou no link: https://congresos.unlp.edu.ar/12caas/cronograma-general/

 

 

 

 

 

 

O prazo para o envio de resumos para o VI Encontro de Pesquisa sobre Administração de Conflitos do PPGD/UVA foi prorrogado até o dia 31/08/21.   Devido a pandemia, o evento será realizado de forma remota, a partir do dia 5 de outubro deste ano.    Mais informações confira no edital, em anexo, e faça o download do PDF, no site: http://www.ineac.uff.br/index.php/noticias/item/733-prorrogacao-envio-de-resumos-vi-encontro-de-pesquisa-sobre-administracao-de-conflitos-do-ppgd-uva

Reproduzimos aqui o artigo " Ciência em Contexto de Pandemia: Sistema de Conhecimentos ou Sistema de Crenças?", escrito pelo antropólogo Edilson Márcio Almeida da Silva, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC) e publicado no Blog Ciência e Matemática do O GLOBO : https://blogs.oglobo.globo.com/ciencia-matematica/post/ciencia-em-contexto-de-pandemia-sistema-de-conhecimentos-ou-sistema-de-crencas.html

 

CIÊNCIA E PANDEMIA

Ciência em Contexto de Pandemia: Sistema de Conhecimentos ou Sistema de Crenças?

Edilson Márcio Almeida da Silva

 

Há cerca de um mês, os antropólogos José Colaço e Roberto Kant de Lima publicaram, neste espaço, uma interessante reflexão acerca de como, durante a pandemia de Covid-19, a “classe média esclarecida” brasileira tem reagido aos ataques de autoridades e personalidades públicas ao discurso científico. Conforme apontado no artigo, uma parcela dos órgãos de comunicação nacionais vem veiculando ad nauseam entrevistas com os mais diversos pesquisadores das ciências naturais e/ou profissionais da área de saúde (médicos sanitaristas, epidemiologistas, virologistas, pneumologistas, microbiologistas, infectologistas, toxicologistas, etc.), num esforço de mobilização coletiva em “defesa da ciência” e de afirmação do pensamento científico como “grande salvador da humanidade” a que os autores argutamente chamaram “iluminismo tardio”. 

  

Analisando, com o devido distanciamento, os excessos cometidos por detratores e paladinos do discurso científico, Colaço e Kant de Lima lembram que, a exemplo de outras tantas formas de pensamento humano, também a ciência se assenta numa complexa combinação entre experimentação, especulação e crença. Foi justamente o caráter controvertido deste último componente – a crença no/do conhecimento científico – que serviu de provocação inicial à elaboração das linhas que se segue.

 

Nesse sentido, um primeiro e importante esclarecimento a ser feito refere-se ao fato de que o termo crença comporta múltiplos e variados sentidos. Como aponta o etnólogo Jean Pouillon, uma crença tanto pode ser dirigida a alguém ou algo, envolvendo a aceitação de um fato em nível cognitivo, como se referir a uma convicção profundamente interiorizada, o que, no caso, faz com que o “acreditar”, “colocar confiança” ou “ter fé” esteja mais relacionado à emoção do que à cognição. Em termos esquemáticos, seria possível associar a primeira definição aos fatos científicos ao passo que a segunda diria respeito aos fenômenos mágico-religiosos, cujas crenças conferem aos ritos uma eficácia sui generis, denominada pelo antropólogo Claude Lévi-Strauss de “eficácia simbólica”. 

 

Coube a Marcel Mauss e Henri Hubert publicar, em 1902, um dos mais influentes trabalhos dedicados a descrever e explicar a “natureza da crença na magia”. Em seu “Esboço de uma teoria geral da magia”, os sociólogos contrastam a crença mágica e a científica, classificando-as, respectivamente, como a priori a posteriori. De acordo com tal classificação, depreende-se que, ao contrário do que se passa com a crença científica – que tem por fundamento um conhecimento positivo e experimental –, a fé na magia precede e, portanto, prescinde da experiência. Tamanha é a sua autoridade que, em principio, nem mesmo evidências contrárias são capazes de abalar a crença dos fiéis. Subtraída a todo controle, mesmo os fatos desfavoráveis à magia se voltam a seu favor, “pois sempre se pensa que são efeito de uma contra-magia, de faltas rituais e, em geral, de que as condições necessárias das práticas não foram realizadas".

 

Ao caracterizarem a estrutura da magia, Mauss e Hubert a decompõem em três elementos básicos: o mágico (que é responsável por efetuar os atos mágicos), as representações mágicas (ou “as ideias e as crenças que correspondem aos atos mágicos”) e os ritos mágicos (atos em relação aos quais são definidos os demais elementos da magia). Segundo os autores, esses elementos são inseparáveis uns dos outros, posto que a crença não incide sobre uma ou outra parte do todo, mas “sobre o conjunto ou sobre o principio da magia" que, assim como a religião, constitui “um bloco” em relação ao qual só há duas posturas possíveis: ou nele se crê ou não se crê. Nesse caso, portanto, a crença não é passível de compartimentalização. Ela incide igualmente sobre todos os elementos do conjunto, fazendo com que os mesmos mantenham entre si uma relação de absoluta interdependência. Dai a caracterização da magia como um sistema de crenças.

 

Por razões de ordem diversa, o mesmo raciocínio não se aplica à ciência, haja vista que esta, diferentemente da magia, não dispõe de um conjunto sistematizado de crenças.  Ilustração prosaica do que ora se afirma reside no caso hipotético, mas altamente verossímil, do sujeito que se declara cético em relação ao conhecimento científico e à eficácia dos seus produtos, mas não hesita em tomar uma Aspirina ao primeiro sinal de dor de cabeça. 

 

Em tempos de pandemia, infelizmente, o ceticismo quanto à ciência e seus produtos tem propiciado a adoção de posturas nas quais esse tipo de contradição é o que, ao fim e ao cabo, menos importa. Conforme vem sendo amplamente noticiado, há vários segmentos da população brasileira contestando com veemência os números de casos e mortes por Covid-19 registrados pelas autoridades sanitárias. Do mesmo modo, eles questionam a eficácia das ações de combate à doença, como medidas de isolamento social, uso de máscaras de proteção respiratória, higienização constante das mãos e, não menos importante, a imunização vacinal. Muitos alegam que, nesse caso em particular, a normatização implementada em inúmeras localidades do País contraria o princípio da liberdade individual, razão pela qual adotam posturas que vão do descumprimento parcial ao total desprezo pelas orientações sanitárias e, consequentemente, pelo trabalho que as autoridades públicas procuram realizar.

 

Um aspecto digno de nota a esse respeito é que o aludido ceticismo nem sempre se apresenta de forma monolítica. Se, por um lado, há o já conhecido “negacionismo” puro e simples, com o qual parece não haver qualquer possibilidade de diálogo (afinal, o que se pode argumentar com alguém que, refratário à política de imunização vigente, afirma: "Jesus é a minha vacina"?), por outro, há também um “negacionismo relativo”, que tem como base uma espécie de seletividade moral. Nesse caso, o valor da ciência pode até vir a ser reconhecido desde que ela seja praticada por homens/mulheres “de bem” e que não estejam contaminados por interesses político-ideológicos. Não raro, os pesquisadores assim classificados se utilizam de seus títulos, posições acadêmicas e/ou pertencimentos institucionais para defender pautas nas quais justapõem princípios racionais e doutrinários de produção de verdades, numa bricolagem típica do assim chamado pensamento neoconservador. É por meio desse tipo de expediente que, por exemplo, um pesquisador da área das ciências naturais pode desenvolver estudos de reconhecido mérito científico entre os pares e, concomitantemente, se alinhar na defesa de perspectivas como o design inteligente, vertente do criacionismo anunciada como a “maior novidade científica” sobre a origem da vida humana.

 

Há pouco mais de cem anos, o sociólogo Max Weber vaticinou que a marca distintiva das sociedades ocidentais contemporâneas seria uma inexorável racionalização em todas as esferas da vida social, fenômeno a que deu o nome de “desencantamento do mundo moderno”. Hoje, em meio a manifestações extemporâneas como o “iluminismo tardio” e a projetos de dessecularização da ciência, não há como deixar de recordar a inusitada observação feita, há mais de dez anos, pela querida e saudosa antropóloga Simoni Guedes. Impactada pelo crescente espaço que vinha sendo ocupado por publicações de auto-ajuda nas livrarias, bem como pelo uso oracular que os discentes passaram a fazer da internet na confecção dos seus trabalhos escolares, ela dizia que, caso estivesse vivo, muito provavelmente Weber seria obrigado a rever ou no mínimo complementar a sua tese, posto que, nos últimos tempos, estariam em curso não só um “desencantamento” mas, também, um “reencantamento do mundo moderno”, cujas consequências já não pareciam ser, àquela altura, as mais auspiciosas. Até porque, como diria Mauss, "em última instância, é sempre a sociedade que se paga, ela própria, com a moeda falsa do seu sonho".

 

Edilson Márcio Almeida da Silva, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC)

Encerrando as comemorações do primeiro centenário da UFRJ, o ciclo de debates “UFRJ+100 Anos: Desafios para o Brasil” reúne pesquisadores de diversas instituições de pesquisa do Brasil e do exterior para discutir quais desafios se impõem ao Estado e ao país e como a Universidade pode ajudar a criar repostas, a partir da produção de conhecimento, tecnologia e inovação. Realizado pelo Fórum de Ciência e Cultura, o evento acontecerá nos dias 8, 9 e 10 de setembro e será 100% digital e gratuito.

No dia 9 de setembro de 2021, teremos uma mesa sobre Segurança Pública e que contará com a participação do coordenador do INCT/INEAC antropólogo Roberto Kant de Lima, confira abaixo .

Segurança pública como desafio à democracia (10h)

Michel Misse – Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ

Luiz Eduardo Soares – UFRJ e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)

Roberto Kant de Lima – Universidade Federal Fluminense (UFF)

Sérgio Adorno – Instituto de Economia da UFRJ

 

No link abaixo acesse toda a programação:

https://conexao.ufrj.br/2021/08/ufrj100-evento-discutira-o-que-a-universidade-pode-e-precisa-oferecer-no-proximo-seculo/

 

Dia Internacional da Igualdade da Mulher – 26 de agosto

GT Gênero ANPUH Nacional – Quinta feira, 26 de agosto, das 17h00 às 19h00, no Canal do YouTube da ANPUH (https://www.youtube.com/channel/UCYwepnQFduxOovsCrJEx32g)

 

Andréa Bandeira Silva de Farias (Universidade de Pernambuco)
Hildete Pereira de Melo (Universidade Federal Fluminense)
Lídia Maria Vianna Possas (Universidade Estadual de São Paulo)
Marina Vieira de Carvalho (Universidade Federal do Acre)
Lana Lage da Gama Lima (Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (InEAC-UFF)
Kaoana Sopelsa (Universidade Federal da Grande Dourados)

Participantes:

 

Nessa terça, 24 de agosto de 2021, às 19 horas, o ENADIR promove a Mesa Redonda - ETNOGRAFIAS ENTRE O LEGAL E O ILEGAL: Desafios metodológicos e conceituais nos estudos dos mercados dos ilegalismos.  O tema versa de etnografias sobre mercados ilegais em São Paulo e Rio de Janeiro. Os expositores são, respectivamente, Gabriel Feltran, da UFSCar e Eduardo Rodrigues (Pedro II), que falarão sobre seus estudos refletindo sobre o "mundo do crime", os mercados subjacentes e sua regulação pela violência:.   A coordenação e comentários são de Lenin Pires (UFF/ INCT-INEAC).

Você pode acompanhar pelo Canal ENADIR USP no YouTube: https://youtu.be/EYnnjE-xrUU?list=PLHkwyscxESSJ8MgFK7fkWkK9DbgMW301E

No próximo Dia 1º de setembro começa o ciclo de quatro seminários intitulado “Identificação, direitos e controle: (in)visibilidades, vigilância e tecnologias de governo”, promovido em uma parceria inédita entre o Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia/Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC). 

A abertura do Ciclo, dia 1º, às 15h, consistirá em uma Conferência com Keith Breckenridge (Wits/África do Sul), abertura de Marcos César Alvarez, Coordenador do NEV-USP, e Roberto Kant de Lima (INCT/InEAC) e moderação de Cláudio Machado. 

As atividades terão transmissão ao vivo simultaneamente nos canais do Youtube do INCT/INEAC e do NEV.

A Conferência proferida em inglês contará com tradução consecutiva para português.

 

Para assistir acesse: 

Canal do Youtube do NEV: https://www.youtube.com/nevuspvideos

Canal do Youtube do INCT-Ineac: https://www.youtube.com/c/ineac

 

Obs: Serão emitidos certificados para quem acompanhar o Ciclo completo de Seminários. As instruções serão dadas ao longo das transmissões ao vivo.

 

“Identificação, direitos e controle”

Identificação, direitos e controle: (in)visibilidades, vigilância e tecnologias de governo Diferentes práticas de identificação interpelam cotidianamente a vida social e política, configurando técnicas de governo que se estendem desde a elaboração de programas sociais, passando por processos de reconhecimento de direitos até a formulação de estratégias penais e securitárias. Os sistemas do registro civil, da identificação civil e criminal, além de cadastros administrativos, vêm adotando meios técnicos tais como sistemas eletrônicos para identificação biométrica (fingerprint), tecnologias forenses de perfilamento genético e mecanismos de reconhecimento facial. Apesar dos aparentes avanços de tais tecnologias, na prática tais medidas têm sido implementadas com pouca discussão pública sobre seus impactos enquanto mecanismos de controle social operados via arranjo institucional do aparelho do Estado, responsável pela gestão de técnicas e práticas de identificação das pessoas. Este ciclo de seminários tem por objetivo discutir os desafios das práticas contemporâneas de identificação, problematizando suas implicações éticas, sociais e políticas desde uma perspectiva interdisciplinar e aprofundada. Para tanto, contaremos com a exposição de pesquisadores/as, membros/as dos poderes Executivo e Judiciário e integrantes de movimentos sociais que irão compartilhar reflexões e experiências relativas à temática. Desse modo, debates acerca das práticas contemporâneas de vigilância policial, administração institucional da morte, técnicas de desaparecimento, investigação criminal e acesso a direitos civis e sociais compõem o universo de problemas a serem tratados no decorrer do ciclo. No encontro de abertura teremos uma conferência internacional na qual será apresentada a experiência da África do Sul na pesquisa sobre técnicas de identificação sob a ótica da história e das ciências sociais. Nos três encontros semanais subsequentes, as práticas de identificação no Brasil serão discutidas a partir de três temas principais: 1) identificação civil; 2) identificação de pessoas presas e 3) identificação de pessoas mortas e desaparecidas. Os seminários serão virtuais e organizados em parceria inédita do NEV/USP (Núcleo de Estudos da Violência / Universidade de São Paulo) e do INCT-InEAC (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos), que congregam pesquisas de referência no campo de estudos de segurança pública, administração de conflitos e violência no Brasil, e visam contribuir para reflexões que levem em conta aqueles diretamente envolvidos e interessados, bem como difundir junto a estudantes, pesquisadores em formação, profissionais e sociedade civil, conhecimento técnico e acadêmico sobre o tema. 

 

PROGRAMAÇÃO

 01 setembro (15h) Abertura: Marcos César Alvarez (NEV-USP) Roberto Kant de Lima (INCT-InEAC) Palestrante: Keith Breckenridge (Wits / África do Sul) Moderador: Cláudio Machado

08 setembro (17h) Identificação de pessoas presas Ana Claudia Pacheco (SPTC-SP) Carolina Lemos (Frente Estadual pelo Desencarceramento MG) Raquel Chrispino (TJRJ?) Coord.: Ricardo Campello (NEV/ USP)

15 setembro (17h) Identificação de mortos e desaparecidos Fábio Araújo (FIOCRUZ) Aline Feitoza (CAAF/UNIFESP) Rute Fiuza (Mov. Mães de Maio do Nordeste) Coord.: Flavia Medeiros (InEAC/ UFSC)

22 setembro (17h) Identificação civil Fernanda da Escóssia (UFRJ) Susana Durão (Unicamp) Narumi Pereira Lima (à confirmar) Coord.: Daniel Edler (NEV/ USP)

 

Começa na próxima segunda-feira, 23 de Agosto de 2021 - 10:30 e vai  até Os Encontros Nacionais de Antropologia do Direito, ENADIR, são eventos bianuais promovidos pelo Núcleo de Antropologia do Direito, NADIR, sediado no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, USP. Apesar dos nomes quase idênticos, os encontros e o núcleo não se confundem, pois é a existência do NADIR, desde 2008, que permite a realização dos ENADIR, desde 2009, ainda que seja possível afirmar que eles se retroalimentam.

As metas dos ENADIR se mantêm firmes, desde 2009: gerar novos conhecimentos e promover a elevação da qualidade da produção científica no campo da antropologia do direito e de áreas afins, incentivando e apoiando trocas entre pesquisadores(as) de diversas instituições nacionais e mesmo internacionais de ensino superior, de pesquisa, de organizações governamentais e não governamentais.

Esperamos que, nestes tempos tão adversos para a vida acadêmica, para a vida política brasileira e para as vidas de cada um(a) de nós, o VII ENADIR seja um espaço de acolhimento, de estímulo e de renovação de esperanças. Que a percepção e a reiteração de que formamos um grande coletivo de pesquisadores(as), voltados para temas de alta relevância social e política, nos fortaleça e nos faça prosseguir com especial determinação.

Confiram a programação: https://enadir2021.blogspot.com/p/programacao.html.

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