Coordenador: Neiva Vieira da Cunha
Períodos:
1. Dezembro de 2016 a Janeiro de 2018
2. Janeiro a Dezembro de 2018
1. Relatório de Acompanhamento do Projeto
2. Relatório de Acompanhamento do Projeto – Plano de Trabalho
Linha de Pesquisa: Direitos, mercados e mobilizações coletivas.
Descrição: As periferias das grandes cidades tem sido palco de intensas transformações nas últimas décadas. A crescente complexidade desses territórios, onde novas formas identitárias e novas centralidades se afirmam no espaço público, faz com que os conflitos sociais não possam mais ser geridos por soluções monolíticas, uma vez que as causas e a dinâmica dos mesmos são contextualmente diferenciadas. Neste cenário de transformações, diferentes formas de conflito, acompanhadas de manifestações motivadas por sentimentos morais e marcadas pela violência, têm sido cada vez mais freqüentes. Diante disso, nos perguntamos sobre os mecanismos de explicitação, mediação e resolução de conflitos no espaço público metropolitano do Rio de Janeiro, chamando a atenção para os sentimentos morais em jogo nessas situações. A partir de distintos contextos etnográficos, pretende-se ainda colocar em discussão os processos da reconfiguração das práticas do Estado em suas margens e a legibilidade das políticas de gestão de territórios direcionadas às populações pobres e outros grupos sociais identificados como vulneráveis, possibilitando pensar como essas margens são produzidas pelo próprio Estado. Desta perspectiva, o presente projeto tem por objetivo evidenciar a importância dos sentimentos morais na compreensão dos novos conflitos e formas de mobilização coletiva em territórios periféricos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Tais conflitos podem ser interpretados como expressão da indignação de atores sociais, que buscam chamar a atenção do poder público e serem reconhecidos como portadores de direitos. Através de pesquisa de campo de caráter etnográfico, tratar-se-a de considerar os valores expressos na vida cotidiana de seus moradores, buscando evidenciar a economia moral que suscita formas de mobilização coletiva, protestos e reivindicações no espaço público. Buscaremos analisar, portanto, maneiras de viver e se organizar coletivamente, de gerir sentimentos sociais e de aplicar categorias morais na resolução de conflitos no espaço público. Nos perguntamos ainda como situações de conflito envolvendo populações em situação de vulnerabilidade social provocam denúncias, mobilizações coletivas e reivindicações públicas dirigidas a instituições do Estado através da invocação das noções de igualdade e de direito? Como sentimentos de injustiça e indignação trazem à tona discursos de protesto e mobilizações no espaço público? Como conduzem à organização de coletivos que desenvolvem argumentos públicos e recorrem a instituições judiciárias para resolver litígios, obter reparações a danos morais e fazer reconhecer seus direitos? Como as dinâmicas da ação coletiva e os dispositivos de ação pública são abalados quando trata-se de fazer reconhecer demandas de reparação a danos sofridos ou ainda reclamar o respeito a direitos?.
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Alunos envolvidos: Mestrado acadêmico: (4) Doutorado: (1) .
Integrantes: Neiva Vieira da Cunha - Coordenador / Hélio Raymundo Santos Silva - Integrante / Mario Brum - Integrante.