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Vários pesquisadores vinculados ao INCT/INEAC farão lançamentos de seus livros durante a XIII RAM  - Reunião de Antropologia do MERCOSUL, que acontece entre os dias 22 e 25 de julho na UFRGS, Porto Alegre (RS).

Confira na imagem abaixo a relação desses lançamentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Quinta, 18 Julho 2019 13:26

Adeus Simoni Lahud Guedes

Com muita tristeza que noticiamos o falecimento, nessa manhã de quinta-feira, 18 de julho de 2019,  da antropóloga e querida professora Simoni Lahud Guedes, também membro do Comitê Gestor do INCT/INEAC.

O corpo será velado pela manhã de sexta-feira 19 de julho, no parque das colinas (Niterói) e o enterro marcado para 12h.

Segue o link com a participação da professora Simoni Guedes no seminário de 25 anos do PPGA :https://www.youtube.com/watch?v=jkjWkuCuuGM

 

Simoni Lahud Guedes fez Bacharelado (1971) e Licenciatura (1973) em Ciências Sociais na Universidade Federal Fluminense, Mestrado (1977) e Doutorado (1992) em Antropologia Social pelo Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense, foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia.. Membro da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), já tendo coordenado a Comissão de Ensino e Ofício desta associação. Professora e pesquisadora na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia do Esporte e Cultura de Trabalhadores, atuando principalmente nos seguintes temas: trabalhadores urbanos, futebol brasileiro, categorias etárias. Membro gestor e pesquisadora , do INEAC-INCT, tendo coordenado convênios CAPES-SPU (Argentina) e pesquisas. Pesquisadora do CNPq desde 1996, atualmente nível 1 B. Co-lider do Grupo de Pesquisa Transmissão de Patrimônios Culturais, certificado pelo CNPq. Membro do Grupo de Trabalho CLACSO Deporte, sociedad y políticas públicas.

 

 

Terça, 16 Julho 2019 20:22

ANTROPOLOGIA DOS TABUS

Nessa quarta-feira, dia  17/07, às 18h, acontece na UFF mais uma edição do CONVERSAS ANTROPOFÁGICAS.  Dessa vez o tema será ANTROPOLOGIA DOS TABUS, falando sobre sexo, orgia, morte, violência, apostas e jogos de azar. No debate etnografias que desafiam tanto aspectos moralizantes e conservadores da sociedade, quanto a própria disciplina antropológica e suas ferramentas tradicionais de construção do conhecimento.

Na mesa  os antropólogos Rômulo Labronici, Victor Hugo Barreto, Flávia Medeiros e os comentários do coordenador do INCT/INEAC Roberto Kant de Lima.

A atividade acontecerá na sala 231 do Bloco P do ICHF, no Campus do Gragoatá da UFF.

 

BRASIL DE FATO publicou nessa segunda, dia 8 de julho de 2019, artigo de antropóloga e cientista política Jacqueline Muniz (UFF - INCT/INEAC) . Confira abaixo a íntegra do artigo.

 

Dez efeitos perversos de uma "PM Voluntária" no RJ, por Jacqueline Muniz

 

Professora especialista em Segurança Pública da UFF argumenta contra projeto de lei do PSL na Alerj

Jacqueline Muniz*

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)

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O deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL-RJ) propôs, recentemente, o projeto de lei 825/2019 que estabelece a criação da “Polícia Militar Voluntária” composta por jovens com idade entre 16 a 24 anos. Os rapazes e moças recrutados deverão cumprir uma jornada de trabalho de até 40 horas semanais. Em retribuição aos serviços prestados, fica “garantida” a refeição no rancho da PMERJ e, também, uma “bolsa remuneratória” que varia de 1 a 2,5 salários-mínimos conforme a graduação atribuída aos selecionados. Segundo ainda o projeto de lei, o “PM voluntário”, uma vez maior de idade, estará autorizado a usar arma não letal nas atividades urbanas, excetuando o controle de multidão.

Não é preciso ser um expert em polícia, policiamento e segurança pública para constatar que a proposta é ingênua e descabida. Ela demonstra desconhecimento sobre a delimitação, atribuição e responsabilização do poder de polícia no Brasil. Reflete uma ignorância imprudente que só fará piorar a dramática realidade do mandato policial que, até hoje, persiste como uma folha em branco negociada em cada esquina, apresentando-se como uma autoridade desautorizada nas ruas, desregulamentada e sem sua tradução normativa-legal em procedimentos operacionais tecnicamente válidos.

Trata-se de uma proposta que requenta, de forma piorada e amadora, o programa "Reservistas da Paz", criado pelo então governador Anthony Garotinho. Na época, uma crônica do fiasco anunciado que, para o alívio da polícia e da sociedade, caiu rapidamente em descrédito. Porém, a fotocópia elaborada pelo parlamentar do PSL ambiciona ser mais ousada na promoção (acredita-se de boa fé) do desastre. Alguns efeitos perversos derivados de sua proposta merecem atenção.

A constituição de uma PM Voluntária tende a:

1) comprometer a profissionalização e institucionalização da PMERJ com a precarização da mão obra policial e, por conseguinte, rebaixar o perfil profissional necessário para ser agente da lei;

2) estimular a falsa crença já refutada de que aumento de efetivo corresponde ao aumento da capacidade e cobertura ostensivas da polícia;

3) propiciar a debilitação e a desmoralização do sentido de autoridade policial com o emprego de pessoal amador sem formação qualificada e sem autorização constitucional para fazer uso do poder coercitivo.

4) incentivar os abusos e desacatos de autoridade nas abordagens policiais diante da impropriedade do emprego de voluntários nas atividades de policiamento;

5) possibilitar o aumento dos riscos de vitimização de cidadãos e PM voluntários, o que compromete ainda mais a imagem já comprometida da polícia;

6) favorecer os maus usos e abusos da "identidade funcional", estimulando as “carteiradas” de todo tipo, a criação de redes de clientelas e, com isso, a venda de facilidades e privilégios derivados do uso do poder de polícia;

7) incitar a criação de "milícias juvenis" com lastro político-corporativo;

8) reduzir a eficácia e eficiência do policiamento ostensivo, uma vez que a população sabe que o jovem voluntário não tem poder e nem mandato constitucional de polícia, sendo apenas um "soldadinho de chumbo" desprovido de capacidade decisória e de ação;

9) fomentar a fantasia de que se pode produzir controle militar sobre a juventude pelo seu ingresso "voluntário" na polícia, quando se sabe que a disciplina militar não é o mesmo que controle, pois pode-se ser disciplinado para cometer crimes e violências;

10) reforçar a visão de que os jovens pobres (contingente que, de fato, busca a polícia como meio de ascensão social) podem e devem trabalhar como mão de obra voluntária e subempregada.

Assim, tem-se uma proposta infantil e temerária que contraria os profissionais sérios de polícia e altamente qualificados, desagrada a sociedade que não acredita que se pode fazer polícia com pós adolescentes, desgosta qualquer governo competente que não está disposto a pagar indenizações às vítimas de arroubos legislativos inconsequentes.

Por fim, a proposta revela uma visão negativa e correcional sobre a juventude pobre, cujas alternativas apresentadas tem como fundamento a sujeição e a destituição de suas individualidades. Oferta-se como rumo duas formas de vigilância sobre os jovens da periferia estigmatizados como “elementos suspeitos” e “freios de camburão”: a cadeia com a redução da maioridade penal ou o trabalho "uberizado" na polícia sob disciplina militar. A ideia por trás desta bravata legislativa é a de um projeto de poder tutelar e elitista que visa manter a juventude pobre confinada, sob cerco ou dentro da cerca, de modo a mantê-la, sem futuro, subalterna, excluída do mercado de trabalho, limitada no acesso aos bens sociais, culturais e políticos. Enfim, com a uberização da função policial emulada pelo deputado do PSL tornou-se mais fácil e mais rápido (re)miliciar a PMERJ.

*Jacqueline Muniz é professora do Departamento de Segurança Pública - Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (InEAC) da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Edição: Vivian Virissimo

 

Disponibilizamos no site do INCT/INEAC link para a reportagem da Globo News: Criminosos controlam fornecimento de energia, telefone e internet em áreas do Rio - 

O território das milícias, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, está demarcado nos postes; que teve a participação da antropóloga Jacqueline Muniz, pesquisadora vinculada ao INCT/INEAC.

Para assistir a matéria acesse o link abaixo:

https://globoplay.globo.com/v/7736143/

 

O nosso site publica aqui o texto lido pelo antropólogo Frederico Policarpo, em nome do INCT/INEAC, nessa segunda-feira, dia 1 de julho de 2019,  no Ato de formação da rede de pesquisas sobre violência, segurança e direitos humanos no IFCS, que contou com a presença 120 pessoas, misturando gerações, universidades, organizações sociais e locais e diferentes territórios físicos e simbólicos (elites intelectuais e jovens de favelas). Foram maravilhosas e históricas as manifestações de todos que vieram .

Segue abaixo o texto lido pelo professor e antropólogo Frederico Policarpo.

Há mais de uma década, coordeno o INCT-InEAC,  Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos, constituído através de aprovação em Chamada Pública do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. Constitui uma rede nacional e internacional, presente em 8 países e 6 estados do Brasil, que envolve pesquisadores de antropologia, ciência política, história, sociologia e direito.

Nossas finalidades são a realização de pesquisas de excelência e formação qualificada de quadros na área de administração de conflitos, justiça e segurança pública; a internacionalização dessas pesquisas; e a transferência e difusão dos conhecimentos adquiridos para a sociedade.

Criamos, entre outras realizações, um curso de graduação em segurança pública e social, um curso de tecnólogo em segurança pública e social a distância, em convênio com a Fundação CECIERJ/ Consórcio CEDERJ,  e um curso de mestrado em justiça e segurança, todos vinculados também a uma unidade de ensino criada na UFF, com o mesmo nome da rede. Esses cursos são orientados, assim como todos os nossos projetos, para discutir as questões da justiça e da segurança pública não apenas do ponto de vista do Estado, mas principalmente do ponto de vista da sociedade e da reivindicação de direitos fundamentais.

Na conjuntura atual, por um lado, devido ao extremo sufocamento dos recursos alocados à universidade pública, onde a maioria de nossos pesquisadores se localiza profissionalmente, todas estas atividades estão ameaçadas em seu funcionamento normal; de outro, em função da orientação unilateral, explícita e unicamente repressiva dada às políticas de justiça e segurança pública pelos atuais governantes do país e do Estado do Rio,  nosso trabalho de transferência de conhecimento também se vê prejudicado.

Neste contexto, pois, estamos nos reunindo a nossos colegas e parceiros para formar uma rede que viabilize um fórum de debates e de produção de consensos, que possa ampliar nossos horizontes e contribuir para que levemos a bom termo nossas atividades institucionais.

 

Roberto Kant de Lima

Coordenador do INCT-InEAC

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