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Está disponível no Youtube a aula 16 do curso de extensão "Questões de Gênero", intitulada "Questões de Gênero no Brasil Colônia", com a professora Dra. Lana Lage, pesquisadora vinculada ao INCT-InEAC.
 
assista no link: https://www.youtube.com/watch?v=Ew54aO2A_QY&feature=youtu.be

Chamada para Dossiê "Um mundo em recomposição: uma análise antropológica das novas formas de regulação e certificação dos objetos e pessoas na contemporaneidade"

Neste dossiê iremos recepcionar pesquisas qualitativas e, especialmente, artigos etnográficos que coloquem sob descrição e análise os mecanismos de controle, certificação e reconhecimento dos bens materiais e humanos nas sociedades contemporâneas por meio de novas formas de classificação existentes atualmente. Nossa intenção consiste em reunir um conjunto de papers, produto de pesquisas empíricas, que contribuam para a compreensão das características emprestadas aos procedimentos de estandartização, que compreendem processos de qualificação e definição de critérios de acesso e organização do espaço público, de regulação do conhecimento científico e/ou dos conhecimentos de outra natureza, no universo da justiça, nas políticas públicas de meio ambiente, segurança pública, educação, dentre outros. Visamos com este dossiê refinar o entendimento acerca desses processos de normatização pretensamente universais, mas que olhado do ponto de vista etnográfico revelam nuances significativas quanto aos aparatos mobilizados pelos atores nestas práticas e dinâmicas regulatórias. No entanto, na tentativa de padronização dos mecanismos e critérios de conformação destas arenas públicas, o olhar antropológico se apresenta como uma ferramenta fundamental para avançar em direções que permitam desvelar as diferentes articulações, adequações, composições, ressignificações acerca dessas normatividades estandartizadas, uma vez que mesmo fazendo parte de um processo de padronização que se impõe, moldando formas de regular de diferentes esferas da vida social, ele também tem potencial de elaborar controvérsias envolvendo grupos que criam críticas e justificações para aderir, denunciar, se reapropriar a partir de seus próprios esquemas cognitivos e culturais.

A conformação de regimes normativos, políticos e simbólicos caracteriza o universo da “governança pela norma” em diferentes dimensões, seja na ciência através dos processos nas dinâmicas de produção, reprodução e consagração do conhecimento ou na criação de critérios avaliativos e qualificadores; na organização estética e de ocupação das cidades; na regulação do meio ambiente e seu acesso; do conhecimento tradicional; nas transformações no sistema de justiça, na criação de modelos de qualificação de “novos Mercados”(sustentáveis, étnicos, culturais, etc.), entre outros.

Outro aspecto que se destaca nesse processo é a consolidação de critérios que concedem legitimidade e parâmetros de controle, que se inserem em uma cultura de auditoria, onde tudo é passível de ser avaliado. A (não) adequação gera inclusão e exclusão de países num cenário democrático, através da qual produziria instrumentos que possibilitem a transparência, gerando responsabilização ou accountability, proveniente de uma moral neoliberal que cria protocolos de gestão e controle das coisas e das pessoas.  

As perguntas que nos guiam são: como são construídos os (des) acordos? Como são negociados e criados esses parâmetros de controle e avaliação?  Como distintos grupos acionam e operacionalizam esses critérios em diferentes instâncias? Quais sentidos de justo, cidadania e igualdade são acionados e em que situações? O que esse processo nos informa sobre mecanismos de controle burocrático? Como instituições burocráticas e, consequentemente os atores que as integram, colocam em prática esses instrumentos de controle, regulação e avaliação? Quais novos “espíritos do capitalismo” se colocam no mundo atual ? No mundo pós COVID 19, quais transformações se engendram na tentativa de padronizar e normalização dos corpos e condutas ? 

Assim, propomo-nos a receber textos etnográficos que contemplem e ampliem estas discussões, reunindo trabalhos que abordem: 1) os aspectos contextuais da construção destas formas padronizadas de governança; 2) as práticas dos atores que compõem essas arenas públicas; 3) a descrição de controvérsias que tangenciem a temática do dossiê; 4) processos de construção de critérios e parâmetros avaliativos de classificação e qualificação da ciência e de conhecimentos de outra natureza; 5) os diversos modos de fazer ciência e de reconhecer (ou não) a legitimidade de outras formas de produção do conhecimento; 7) a organização da cidade e da ideia de urbano; 8) produção de novos mercados padronizados; 9) regulação do meio ambiente e seu acesso; e 10) modelos de justiças. 

Os artigos devem ter autoria de, ao menos, um doutor, e serão submetidos à avaliação às cegas de pareceristas externos, atendendo à política da revista. Para dar conta da diversidade de abordagens teóricas e metodológicas dos diferentes campos empíricos e problemáticas a serem debatidos, serão aceitos preferencialmente artigos das áreas de Antropologia e Ciências Sociais, observados os parâmetros de exogenia em relação à UFF.

Organizadores: Fabio Reis Mota (UFF), Hully Guedes Falcão (UFF), Gabriela Cuervo (UFF).

Prazo: 05/01/2021.

OBS: indicar nos comentários aos editores que a submissão é para o Dossiê.

As contribuições podem ser enviadas até 05 de janeiro de 2021 pelo sistema eletrônico da revista: https://periodicos.uff.br/antropolitica/about/submissions#onlineSubmissions

As normas para submissão dos textos são as mesmas válidas para artigos e encontram-se disponíveis em: https://periodicos.uff.br/antropolitica/about/submissions#onlineSubmissions

Segunda, 05 Outubro 2020 23:09

Polícia e racismo: há solução?

O site do INCT INEAC reproduz aqui o artigo "Polícia e racismo: há solução ?", escrito pela socióloga e pesquisadora do Ineac Jacqueline Sinhoretto (UFSCAR) e publicado na coluna Ciência e Matemática de O Globo  - https://blogs.oglobo.globo.com/ciencia-matematica/post/policia-e-racismo-ha-solucao.html

Polícia e racismo: há solução?


Em 2020, o aumento da violência policial foi registrado em estatística e filmagens, e foi objeto de uma decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu o estado do Rio de Janeiro de realizar operações em favelas durante a quarentena da pandemia. O tema do racismo na ação policial se impôs ao debate público.

Uma equipe de pesquisa trabalhou, durante três anos, dados sobre desigualdades raciais produzidas em abordagens policiais, nas prisões em flagrante e nas mortes cometidas em ações das polícias em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, entre 2008 e 2017. Os resultados da pesquisa Policiamento Ostensivo e Relações Raciais são contundentes.
Os policiais associam pessoas negras a atitudes “suspeitas”. A proporção de prisões em flagrante de pessoas negras em relação às brancas chega a ser até quatro vezes maior (ponderando o número de brancos e negros na população). As pessoas negras são alvo mais frequente de uso letal da força. A depender do ano e do distrito, a chance matemática de uma pessoa negra ser morta pela polícia é de 3 a 7 vezes maior do que a chance de um branco receber o mesmo tratamento. Esse quadro foi obtido por meio de dados oficiais de São Paulo e Minas Gerais, pois a deficiência das estatísticas dificulta fazer o acompanhamento em todos os estados.
Em geral, o leigo interpreta esses dados como indicadores de que pessoas negras cometem mais crimes, por isso a polícia as prende e mata com maior frequência. Os dados não sustentam essa conclusão, pois os crimes mais violentos ocorrem em áreas da cidade e em horários que não são os mesmos em que as ações policiais mais violentas acontecem. Ou seja, olhando os dados, com os quais as próprias polícias executam seu planejamento, não é possível deduzir que a violência da polícia seja uma resposta necessária à violência do crime. Ela é uma decisão de ação policial sobre o nível de força que irá usar contra a atitude considerada “suspeita”. Foi isso que dezenas de policiais entrevistados explicaram aos pesquisadores sobre a prática do policiamento.
Podemos concluir que policiais são racistas porque é deles a decisão de parar uma pessoa ou de usar a força letal numa ocorrência, e que eles tomam essa decisão com uma facilidade três vezes maior quando veem uma pessoa negra? Sim e não. Os próprios policiais explicam que boa parte do seu trabalho é baseado na busca ativa de atitudes suspeitas. Quando explicam o que seriam essas atitudes, a grande maioria dos policiais descreve características corporais, de vestimenta, de gestual, de modo de andar e olhar, e até de cortar o cabelo. Dessa forma, não são atitudes impessoais que eles procuram, mas tipos físicos considerados afeitos ao crime. Dito de outra forma, o trabalho policial depende fundamentalmente de estereótipos sobre o corpo e características culturais forjadas pelo racismo.
Antes de concluir que a culpa é dos maus policiais, é preciso interrogar o que fazem as organizações policiais para evitar que esse olhar discriminatório dos profissionais da segurança reproduza o racismo da sociedade brasileira. Muito pouco. Os cursos preparatórios não discutem diretamente os efeitos perversos do uso da força letal ou da filtragem racial, que vão desde o constrangimento sistêmico das pessoas negras em sua liberdade de ir e vir, à experiência de ser vítima da brutalidade policial; da desconfiança sistemática na relação polícia-sociedade, até a impunidade de pessoas brancas que cometem crimes sem se tornarem alvo da vigilância das guarnições. Em São Paulo, por exemplo, a maioria dos processados por homicídio é de brancos – que não são geralmente considerados suspeitos.
As polícias não ensinam outros métodos de como fazer o trabalho preventivo sem que os policiais tenham que usar o olhar sobre o corpo como única base de sua decisão de intervir. Mesmo a tecnologia de informação empregada na ação policial está baseada em identificar corpos e rostos suspeitos e destacá-los da multidão. Mapas criminológicos, câmeras, tablets e celulares são apoios tecnológicos ao velho método de “reconhecer” as marcas da mente criminosa no corpo. A diferença entre o que se fazia no tempo das teorias do racismo científico é que os aparatos tecnológicos de hoje custam muito mais dinheiro aos cofres públicos.
Os policiais negros ouvidos pela pesquisa sabem que o método é discriminatório e violento. Eles contam situações em que são parados em blitzes de trânsito dirigindo os carros que seus salários podem comprar, mas que não são comuns nas camadas sociais de que são originários. Contam do receio que sentem das situações em que seus colegas em serviço podem considerar suspeito um negro dirigir um bom carro. Os policiais nascidos nas periferias também apontam o erro de achar que a roupa defina o comportamento criminoso, por se tratar da expressão cultural da juventude das periferias. Uma policial contou como se sente quando seus colegas decidem parar pessoas pela roupa que estão usando, pois aquela roupa “marcada” é a que também usam seus irmãos e primos, jovens negros das periferias.
Os policiais também afirmam o orgulho de participar de uma corporação que emprega profissionais negros e favorece sua ascensão social, por meio do concurso público. Para profissionais negros que se tornam comandantes de área, que têm a oportunidade de estudar, de participar de espaços de deliberação pública, a profissão policial foi o caminho seguro de obter respeito e melhoria de vida para sua família. Como um policial negro poderia admitir, sem mediações, que essa corporação que o acolheu e o incentivou reproduz o racismo?
Problemas complexos não têm respostas simples. Os policiais hoje são parte ativa da política do país, querem sair da posição de quem apenas cumpre ordens para participarem das decisões sobre os rumos da sociedade, com milhares de candidaturas pelo país. Assim como os policiais não são passivos diante das questões sociais, a sociedade tem o direito de participar das decisões que afetam o direito à vida segura, a igualdade de tratamento e o combate aos abusos da ação policial.
O STF reconheceu a urgência e a gravidade da violência policial, cujas consequências são cruéis e perversas para toda a população, em especial negra. Policiais e polícias têm um papel diante da injustiça histórica que produz o racismo. É a hora de discutirmos a sério quais são os objetivos das polícias e os seus limites, seus custos e seus resultados. É necessário debater abertamente como eliminar a filtragem racial e democratizar os padrões de policiamento. O fato de o racismo ser sistêmico obriga a todos nós da geração presente ao compromisso de derrotá-lo.


Para conhecer a pesquisa acesse: www.gevac.ufscar.br
Jacqueline Sinhoretto, socióloga, professora da UFSCar, pesquisadora do INCT-InEAC e do CNPq

 

 

 

 

A  vai começar !

Aguardamos vocês no dia 30/09, às 17h: meet.google.com/pst-ogdq-oon

Muitos são os conflitos que a escola precisa mediar atualmente, o que exige o envolvimento de toda a comunidade escolar. Tão urgente quanto a mediação dos conflitos, é a importância de dialogar com os alunos, envolvendo-os em atividades sócio-educativas que se tornam uma medida eficaz para intermediar os conflitos recorrentes no ambiente escolar. Acreditamos que um dos caminhos para promover este diálogo entre a escola é o aluno é entender os motivos de seus conflitos, as suas preocupações, ouvindo o que o aluno tem falar sobre sua própria realidade. E a produções midiáticas podem ser um importante recurso para o desenvolvimento da liberdade de expressão, do direito à informação e do estímulo à cidadania.

Diante disso, a proposta da feira de ciências “Conflitos e Diálogos na Escola” é propiciar um espaço de diálogo com o aluno, de maneira que ele possa expressar-se livremente, através de diferentes suportes midiáticos, sobre temas relacionados à conflitos no ambiente escolar.

Segunda, 28 Setembro 2020 16:36

InEAC AO VIVO: Aviso semana 28.09 - 02.10

ATENÇÃO! As lives 'para sua ciência' (que aconteceria terça-feira, às 20h) e "sexta básica" (que aconteceria sexta-feira, às 17h) não acontecerão essa semana (retornaremos à programação normal semana que vem!).

A live "luz vermelha" voltará a acontecer após as eleições.

 

 

 

GTs e mesas aprovados na reunião da ANPOCS, com pesquisadores do INCT-InEAC, que farão parte do 44º Encontro Anual da ANPOCS. O encontro acontecerá entre os dias 01 e 11 de dezembro de 2020, na modalidade online.

"Você trabalha ou só dá aula?" Os desafios da integração das ciências sociais na formação dos operadores do direito
Pedro Heitor Barros Geraldo (InEAC-UFF) 
Michel Lobo Toledo Lima (UVA / INCT-InEAC)
Barbara Gomes Lupetti Baptista (UFF e UVA)
Cristina Maria Zackseski (Unb)
Paulo Eduardo Alves da Silva (USP/Ribeirão Preto)

Pelas brechas do Estado: pesquisas socioantropológicas na interface com agentes estatais e gestores de políticas públicas no Brasil
Leandro Marques Durazzo (UFRN)
Paula Manuella Silva de Santana (UFRPE)
Izabel Saenger Nuñez (UFF e INEAC)
Felipe Sotto Maior Cruz (UnB)
Ana Letícia de Fiori (UFAC)

Transformar o luto em luta: A política dos terreiros no século XXI
Ana Paula Mendes de Miranda (UFF)
Luena Nascimento Nunes Pereira (UFRRJ)
Joana Bahia (UERJ)
Ilzver de Matos Oliveira (Universidade Tiradentes)

Vigilância eletrônica, tornozeleiras e (des)controles: abordagens teóricas, metodológicas e empíricas a partir do Direito e das Ciências Sociais em perspectiva comparada
Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo (PUCRS)
Andréa Maria Silveira (UFMG)
Rafaelle Lopes Souza (UFMG/CRISP)
Ricardo Urquizas Campello (USP)
Welliton Caixeta Maciel (Universidade de Brasília (UnB)

Os Mestrados Profissionais em Ciências Sociais e  a Qualificação dos Profissionais da Educação
Danyelle Nilin Gonçalves (UFC)
Ana Paula Miranda (UFF)
Amurabi Oliveira (UFSC)
Maria de Assunção (UFCG)
Vânia Fialho (UPE/UFPE)

Mulheres pesquisando segurança pública, justiça e violência urbana: centralizando gênero, raça e diferença como ferramentas de produção de conhecimento
Flavia Medeiros (UFSC)
Stephanie Virginia Reist (UFRRJ/IM)
Juliana Vinuto Lima (UFF)
Andressa Lidicy Morais Lima (UnB)

Mais informações: https://www.anpocs2020.sinteseeventos.com.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=563

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