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Sábado, 28 Novembro 2020 22:21

INTRODUÇÃO AO ASSOCIATIVISMO CANÁBICO

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A proibição da maconha para fins terapêuticos foi um erro histórico, sem embasamento científico e de efeitos sociais adversos como a violência e a opressão direcionadas para a sociedade em geral, principalmente às pessoas negras ou pobres residentes de regiões de vulnerabilidade social. E, na esteira deste erro, conhecimentos tradicionais sobre as propriedades da planta vem sendo desperdiçados.

Partindo desta premissa e propondo a criação de associações canábicas como alternativa ao mercado lícito das farmacêuticas, do crime organizado e ainda como estratégia para a garantia de saúde e direitos humanos, a Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD) lançou a Introdução ao Associativismo Canábico, primeiro conjunto de textos em português sobre o tema. A novidade estará disponível para leitura e download gratuitos no site da PBPD - https://pbpd.org.br/introducao-ao-associativismo-canabico-e-a-nova-publicacao-do-nucleo-canabis-da-pbpd/.

Organizada pelo historiador Rafael Morato Zanatto, a publicação se divide em duas partes. Na primeira, intitulada Discursos Antiproibicionistas, o fenômeno mundial do associativismo canábico é abordado do ponto de vista acadêmico, revisitando a história e os modelos de organizações canábicas existentes em diversos países. Assinam os textos cientistas renomados como Elisaldo Carlini, Florencia Corbelle, Frederico Policarpo (INCT/INEAC), Marcos Veríssimo (INCR/INEAC) e Ricardo Nemer, além do próprio organizador.

“O associativismo canábico é a única forma de garantir o acesso à cânabis e seus componentes de maneira autônoma, coletiva e economicamente viável”, afirma Renato Filev, coordenador científico da PBPD. “O livro traça um panorama de essencial compreensão àqueles que buscam resgatar os conhecimentos tradicionais sobre a cânabis, acessar suas propriedades terapêuticas e retomar o protagonismo na escolha de uma terapia. É um convite à mobilização de todas e todos que buscam democraticamente assegurar direitos à saúde, ao lazer e à qualidade de vida”, completa Zanatto.

Práticas Transformadoras, segunda parte da Introdução ao Associativismo Canábico, reúne informações sobre iniciativas no Brasil e sobre como é possível participar do processo. Assim como em outros países da Europa e da América Latina, o Brasil já conta, atualmente, com pelo menos 30 associações canábicas formalizadas. Estas entidades têm se mobilizado para participar da elaboração de uma nova política de drogas que contemple as demandas da sociedade civil e propõem amplo acesso à cânabis para fins terapêuticos e sociais.

Faça download da INTRODUÇÃO AO ASSOCIATIVISMO CANÁBICO no PDF em anexo

 

Ler 1459 vezes Última modificação em Sábado, 28 Novembro 2020 22:32
Claúdio Salles

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